Allianz concentra atuação em ramos elementares e vida e sai de saúde

A Allianz do Brasil decidiu deixar de operar em saúde, fazendo coro a outras empresas que anunciaram sua saída diante do grande problema que se tornou atuar neste segmento no país. Desde sua criação, o produto Saúde é voltado exclusivamente ao segmento empresarial e, atualmente, a Allianz Saúde detém 0,2% do market share deste setor, segundo dados da ANS (Agência Nacional de Saúde), algo em torno de 35 mil vidas.

Em comunicado, a Allianz informa que entra em uma nova fase e vai concentrar a sua atuação nos segmentos de Ramos Elementares e Vida. O movimento ocorre após a companhia concluir com sucesso o processo de aquisição das operações de Automóvel e Massificados da SulAmérica, por R$ 3,2 bilhões, resultado de uma das mais importantes transações do mercado de seguros nacional e o maior investimento do Grupo no Brasil.

“O compromisso da Allianz é oferecer serviço e proteção de excelência aos seus clientes e segurados. No setor de Saúde, a escala é fundamental para promover o nível de serviços que a companhia prima por oferecer”, cita a empresa.

Desta forma, a partir de 7 de abril de 2023, a companhia deixará de ofertar o produto Saúde para comercialização ao mercado. O processo de não continuidade de oferta do produto Saúde será realizado de forma organizada e devidamente estruturada, respeitando as partes envolvidas, informou.

Dados da ANS revelam que quase 270 operadoras de planos médico-hospitalares apresentaram índice combinado superior a 100%. Isso significa que déficit na operação, que vem se agravando ano a ano. Essas empresas cobrem mais de 16 milhões de beneficiários, 33% do número total de beneficiários em planos médico-hospitalares.

Além das fraudes em saúde, que acaba de ganhar uma campanha nacional lançada pela Fenasaude (Federação Nacional de Saúde Suplementar), a judicialização é um sério problema para que as companhias mantenham a margem de solvência. Recente estudo da Escola de Direito da FGV São Paulo, que contou com apoio financeiro da própria FGV e da FenaSaúde, revela que clientes de planos de saúde ganham 6 a cada 10 ações que movem contra as operadoras na Justiça paulista. Quando consideradas decisões parcialmente favoráveis aos clientes, a taxa aumenta de 60% para quase 70%.

A Allianz reforça o seu compromisso com clientes, segurados, colaboradores, corretores, prestadores de serviço, fornecedores e demais envolvidos. Aos colaboradores, que atuam com o produto Saúde e contribuíram nos últimos anos com seu comprometimento e expertise, a Allianz buscou uma solução sustentável e respeitosa, que inclui oportunidades em um programa interno de recolocações, dentre outras medidas.

Presente há mais de 115 anos no Brasil, a Allianz mantém seu comprometimento com o país, onde segue uma estratégia de longo prazo. A companhia tem investido fortemente em tecnologia e inovação, foco no cliente e abertura de novos canais de distribuição, mantendo os corretores no centro da estratégia de negócios.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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