BB Seguridade lucra R$ 6 bilhões em 2022, alta de 53%

Expectativa é de avanço entre 10% e 15% nas vendas em 2023


Impulsionado principalmente pelo forte desempenho comercial e crescimento do resultado financeiro, o lucro líquido da BB Seguridade fechou 2022 em R$ 6 bi, crescimento de 53,7% em relação ao ano anterior. Em 2022, o resultado operacional não decorrente de juros, antes de impostos, evoluiu 27,9% e superou a projeção de crescimento de 24% a 27% divulgada no guidance da companhia.

O crescimento do lucro ocorreu mesmo com as adversidades enfrentadas no seguro agrícola, decorrentes do evento climático La Niña, que afetou principalmente o estado de Mato Grosso do Sul e a região Sul do país, perfazendo em 2022 um total de R$ 3,2 bilhões em indenizações aos produtores rurais.

No 4T22, o lucro líquido evoluiu 47,3%, totalizando R$ 1,8 bi, e o resultado operacional não decorrente de juros (ex- holdings) cresceu 21,0% em relação ao mesmo período de 2021. O resultado financeiro combinado das empresas do grupo, após impostos, atingiu R$ 457 milhões, superando em mais de 3 vezes o resultado gerado no 4T21.

Líquido de impostos, o resultado operacional contribuiu com R$ 1,1 bilhão para a variação do lucro. Os principais destaques para esse desempenho foram a redução da sinistralidade, com a dissipação dos efeitos da COVID-19 nos produtos com cobertura de morte, o forte crescimento de vendas de seguro rural e prestamista e o aumento da arrecadação com títulos de capitalização e previdência.

O resultado financeiro consolidado, líquido de impostos, de todo o conglomerado – BB Seguridade e de suas investidas – atingiu R$ 1,1 bilhão em 2022 e contribuiu com um aumento de R$ 978 milhões para o lucro líquido, com elevação na taxa de retorno dos ativos, favorecida pela alta da taxa Selic e menor impacto de marcação a mercado, expansão do volume de ativos financeiros e recuperação do resultado financeiro da Brasilprev.

A companhia divulgou estimativas de crescimento para 2023, prevendo novamente uma expansão de dois dígitos em todos os indicadores do seu guidance. Para o resultado operacional não-decorrente de juros (ex- holdings), a expectativa da BB Seguridade é crescer entre 12% e 17%. Já para os prêmios emitidos da Brasilseg, a evolução projetada está entre 10% e 15%. Por fim, com relação às reservas de previdência – PGBL e VGBL da Brasilprev, a companhia espera uma alta entre 10% e 14%.

Seguros: com crescimento de 30,7%, volume de prêmios emitidos supera as projeções de crescimento e chega a R$ 15 bilhões no ano

Os prêmios emitidos superaram o intervalo projetado de crescimento de 25% a 28%, apresentando forte desempenho em praticamente todas as linhas de negócio: (i) rural (+51,8%), devido ao aumento da demanda e expansão do Plano Safra 2022/2023; (ii) prestamista (+26,3%), reflexo de aumento da penetração no desembolso de crédito do Banco do Brasil e maior volume de vendas nas operações de crédito em estoque, além de redução do cancelamento; (iii) vida (+4,5%), com a evolução de vendas novas e melhora do cancelamento; e (iv) residencial (+18,3%) e empresarial/massificados (+33,1%).

Previdência: captação líquida fecha 2022 em R$ 1,7 bi, ante resgate líquido de R$ 783 milhões em 2021

A captação líquida em 2022 foi positiva em R$1,7 bilhão, ante resgate líquido de R$783 milhões em 2021, impulsionada pelo expressivo aumento das contribuições (+15,7%). No 4T22, a captação foi positiva em R$676 milhões, com crescimento da arrecadação, que somou R$13 bilhões no trimestre (+8,1% s/ 4T21), e redução do índice de resgate (-0,8 p.p. s/ 4T21 | -0,4 p.p. s/ 3T22).

Capitalização:arrecadação sobe 38% e encerra ano com volume de R$ 5,9 bilhões

Com incremento do ticket médio dos títulos de pagamento único e expansão de 37,5% nas vendas de títulos de pagamento mensal, a arrecadação com títulos de capitalização cresceu 38% em 2022, totalizando R$ 5,9 bi. Na comparação 4T22 x 4T21, o crescimento foi de 55,8%, totalizando o volume de R$ 1,7 bilhão.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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