MAG Seguros bateu recorde de lucro em 2022 e prevê avançar 30% em 2023

Para atingir metas, seguradora centenária investe em tecnologia, no relacionamento com parceiros comerciais e na educação financeira para conscientizar a população sobre a importância de poupar e gerenciar riscos

“Agradecimento. Quero agradecer a cada um de vocês, responsáveis pela MAG Seguros quebrar todos os recordes. De lucro, de vendas, de clientes. São 6 milhões de clientes. Quase 18 milhões de pessoas protegidas. Por isso só tenho a agradecer. 23 gigantes. 23 galistas de ouro. Não tenho dúvida que em 2023 alcançaremos objetivos maiores. Vamos quebrar todos esses recordes. Mais do que isso. Vamos continuar protegendo famílias! Beijo no coração de todos.”

Assim falou Helder Molina, presidente do grupo MAF Seguros, na abertura da cerimônia de premiação Galo de Ouro, que reuniu os profissionais que mais venderam seguros de vida em 2022, no dia 14. O show, com diversas bandas, encerrou com chave de ouro os três dias do MAGNEXT 2023, evento de três dias dedicados a funcionários, o MAG Day, com uma pauta voltada a gestão, e para parceiros do grupo, o Potencialize, com palestras educativas e motivacionais.

Com discursos emocionados, os galistas reconheceram que 2022 foi um ano difícil tanto no aspecto pessoal como para a venda de seguros. Agradeceram a Deus, a família e a MAG pelo suporte e estímulo para todos seguissem em frente diante de tantas adversidades, que incluiram problemas de saúde, perdas de entes queridos e até mesmo enfrentar a guerra da Ucrânia para concretizar um projeto de vida.

LUCRO RECORDE DE R$ 150 MILHÕES

A MAG Seguros comemora números recordes. Em 2022, o grupo especializado em vida e previdência, lucrou R$ 150 milhões, atingiu arrecadação superior a R$ 2,3 bilhões, pagou R$ 736 milhões em benefícios aos clientes e contabilizou mais de 6 milhões de clientes, contou Nuno David, diretor comercial e de marketing da seguradora que acaba de completar 188 anos, no evento Potencialize, com mais de 1,5 mil pessoas acompanhando os debates presencialmente e de forma virtual. Para 2023, Helder Molina estima um crescimento de 30% no lucro líquido da companhia.

“Somando os clientes da MAG e da Sicoob com quem temos uma joint venture ultrapassamos a marca de 6 milhões de clientes ativos. Multiplicam isso por 3, que é a média de pessoas protegidas em uma família, equivale a 10% da população brasileira. Superamos R$ 60 milhões em venda nova. É um grande orgulho para nós. Mantivemos nossa posição de protagonismo no mercado. ” informou.

Nuno, que está há 14 anos na MAG, afirma que o segredo para o sucesso é a gestão. “Somos uma empresa centenária e mudamos com rapidez. Isso é indispensável. Nenhum cliente vai conversar com a gente se não nos mostrarmos preparados para conversar com ele da forma que ele entende e percebe”, disse Nuno.

INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO

Macroeconomia, inovação, longevidade, cooperativismo e palestrantes motivacionais trouxeram conteúdo direcionado a agregar conhecimento aos profissionais de vendas durante o dia. Patricia Campos, diretora de gente e a mestre de cerimonia do Potencialize, ressaltou que o investimento do grupo no evento visa levar conhecimento e motivar a equipe de vendas. “Conhecimento faz diferença. Isso é investimento e não despesa. A reputação em uma seguradora de vida e previdência é algo primoroso, principalmente para nós que estamos crescendo num ritmo de 20% ao ano e atuamos com parceiros em grandes centros e em municípios que nem bancos existem. Apenas a cooperativa Sicoob, com que temos uma Joint Venture, presente em 371 municípios”.

MACROECONOMIA

Rafael Ferri, CEO e fundador da TC Investimentos, sugeriu aos 1,5 mil profissionais de vendas que trabalhem sem se afetar com as notícias sobre política e economia. “Pensem que a XP se tornou um gigante, com R$ 200 bilhões em valor de mercado, em plena crise economia”, comentou. Com forte apoio ao governo de Bolsonaro, ele trouxe dados que mostram que a economia do Brasil nos últimos quatro anos foi melhor do que muitos países. “Tirando a ideologia, se é PT ou Bolsonaro, o fato, comprovado em dados, é que a economia do Brasil foi muito bem”, enfatizou.

Já em 2023, ele não espera crescimento. “A economia só vai avançar se a política permitir. E ao contrário do que se pensa, Lula não tem maioria no Congresso. Em fevereiro, com as eleições para Câmara e Senado, teremos um quadro mais claro dos desafios do novo governo em aprovar medidas. Os riscos locais no curto prazo são a escalada autoritária jurídica e o rompimento ou a aliança do PT com o Congresso, o que pode gerar retrocessos. Já no longo prazo, os obstáculos brasileiros são a desigualdade e os riscos climáticos”, afirmou Ferri.

Helder Molina afirmou que como empresário deixou se se pautar pela macroeconomia debatida na imprensa e prioriza em sua gestão o trabalho. “Tento não me deixar contaminar com as manchetes que mudam diariamente e foco no médio e longo prazo com otimismo. Tenho certeza de que o Brasil estará entre as maiores economias do mundo em alguns anos. Alimentamos o mundo com nosso agronegócios que avança ano a ano. Minha prioridade diária é quais os processos que preciso melhorar. Quais coisas novas preciso fazer para proteger famílias. Isso é a minha gasolina, que me faz acordar cedo e ter um prazer enorme em trabalhar. Essa é a prioridade da minha gestão”, disse em coletiva de imprensa.

FUSÃO DE COOPERATIVAS

Por que não uma união das cooperativas?, provocou Helder Molina no painel “Mercado do Cooperativismo”, do qual participaram Remacio Fischer, presidente da Unicred, Cledir Magri, presidente da Cresol, Adelino Sasse, diretor da Alios, e Miguel Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Sicoob. Todos foram unânimes em afirmar que as conversas sobre este tema estão na pauta do dia, como uma forma de reduzir custos e ganhar escala para que possam ampliar o atendimento financeiro a uma população ainda carente de soluções financeiras sob medida para um público que demanda consultoria e amabilidade no atendimento. “Se você observar a feição das pessoas que saem de uma agencia bancária e de uma coopertavida de crédito vai notar o impacto que cada um deles traz na vida das pessoas”, comentou Helder Molina, que mediou o painel.

Reduzir custos e ter resultados são prioridades para que o propósito das cooperativas sejam conquistados, afirmou Remaclo Fischer, presidente da Unicred. “De nada adianta o lado social sem resultados. As empresas devem ter o propósito de engajar e aproximar seus colaboradores para conquistar melhores resultados, o que pode gerar novos produtos e serviços. Proximidade gera relacionamento, bom atendimento e novos negócios e credibilidade. Vivemos num ambiente de muita transformação. Se não investirmos em mudanças, todo o lado social, de ser um agente multiplicador, não vai se realizar. Hoje nosso sistema tem mais de 90% das transações eletrônicas”, informou.

Para Cledir Magri, presidente da Cresol, é preciso preservar os valores das cooperativas. “Este é um propósito comum às cooperativas e para manter-lo temos de estar em constante transformação. Nesse momento, fizemos uma análise de como o mercado se comporta para entender quais são as demandas do segmento. Precisamos estar alinhados com produtos, serviços e soluções financeiras que estejam desenhadas de acordo com a realidade de cada pessoa. Sabemos que as operações financeiras tradicionais são realizadas digitalmente pelos nossos clientes, o que torna a cooperativa um hub de consultor financeiro”.

Para a Sicoob, com mais de 6,7 milhões de cooperados e 348 cooperativas, a união de forças é importante. “A missão do seguro é muito parecida com a do cooperativismo. O sentimento de pertencimento do cooperado é a essência da inclusão financeira, atingindo regiões que não contam com a estrutura de uma instituição financeira tradicional e focando na união das pessoas em prol da coletividade”, disse Miguel Ferreira, presidente do Conselho de Administração do Sicoob, parceria MAG Seguros. “Nossa parceria foi fundamental para o planejamento da cooperativa. Devemos conectar pessoas para promover justiça financeira. Não para oferta do produto, mas sim para promovermos a liberdade financeira dos nossos cooperados”, avalia a Sicoob, presente em 371 municípios.

Adelino Sasse, diretor da Alios, que reúne 13 cooperativas de crédito e mais de 1,4 milhão de associados, afirmou que o setor já está na fase da dor no que diz respeito a uma tentativa de fusão das cooperativas. “Temos várias vitorias para contar e essa construção conjunta já resultou na criação de um fundo garantidor, por exemplo. com garantia de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. Temos muito mais coisas para resolver, sendo qual e a plataforma tecnologia, que tem de ser uma só, iremos usar. Por enquanto, cada um defende a sua, mas acredito que chegaremos a um consenso”, comentou.

O agronegócio é uma veia importante das cooperativas de crédito, que desembolsaram R$ 15,5 bilhões em financiamentos rurais nas linhas do Plano Safra 2022/23 nos dois primeiros meses da temporada, um aumento de 11% em relação ao bimestre inicial do ciclo passado, e superaram o desempenho dos bancos privados em volume de recursos emprestados aos agricultores via sistema financeiro – sem contabilizar as emissões de títulos do agronegócio. Assim, ficaram atrás apenas das instituições públicas, lideradas, ainda com folga, pelo Banco do Brasil, publicou o Valor.

Para Helder, não se vende seguro de vida virtualmente.”Nada se compara ao atendimento humano e isso já foi provado no mundo todo”, cita o presidente da MAG, sócia da holandesa Aegon. Segundo ele, a grande preocupação da seguradora é indenizar e amparar as famílias em momentos difíceis, o que está ligado ao cooperativismo. “90% das famílias que tiveram um ente que morreu de Covid-19 não tiveram um apoio financeiro. Para proteger mais pessoas, o foco do mercado de seguros deve ser navegar por novas oportunidades. Algumas necessidades básicas da população que nosso setor ainda não cobre, e é nisso que devemos focar”.

Longevidade: É preciso priorizar este assunto

Olhar o futuro é algo que todos têm dificuldade. Principalmente se enxergar velho. Mas este é o caminho certo de todos. Todos que sobreviverem, vão ficar velhos. E como chegar a esta fase da vida com saúde física e mental? A resposta está em tomar decisões financeiras e emocionais adequadas, segundo os participantes do painel que debateu os principais desafios da longevidade. Nilton Molina, presidente do conselho da MAG, é um assunto em pauta em todo o mundo. “A sociedade não está preparada para enfrentar a longevidade em todos os aspectos. Infelizmente não teremos recursos para pagar a aposentadoria dessas pessoas. Por isso, o seguro de vida deve cada vez mais estar em foco e fazer parte do planejamento financeiro das pessoas”, disse.

Molina não acredita numa reforma da previdencia no governo Lula. “É urgente e necessário que governos (municipal, estadual e federal) e empresas invistam em educação financeira. Ela deve ser incluída na escola, para as crianças”, defende o especialista de 86 anos, sendo boa parte deles dedicados ao tema. “Longevidade não e uma conversa para velhos. Os impacatos, sociais e de comportamentos, já aconteceram e não tem mais solução. Por isso esta é uma conversa para mais jovens”, ressaltou.

Denise Maidanchen, CEO na Quanta Previdência Cooperativa, o principal desafio da longevidade é a sua dualidade, pois viver muito pode não significar viver bem. “A expectativa de vida saiu de 40 anos para mais de 74 anos. E a natalidade caiu para menos de 2 filhos, o que significa menos gente para financiar a previdencia e ajudar os pais. É necessário incentivarmos o empreendedorismo voltado para os 60+, que representa 20% dos consumo de bens e serviços no Brasil. As empresas precisam priorizar a economia prateada. 80% da população 60+ está insatisfeita com os produtos que consomem. Esquecer os idosos é perder negócios e a oportunidade de promover inclusão social”.

“O grande desafio da humanidade é que a sociedade não está preparada para enfrentar longevidade, em todos os aspectos, desde o financeiro como saúde e relacionamentos, o que torna este assunto prioritário dentro da educação financeira”, resumiu a jornalista mediadora do painel, Mara Luquet.


Inovação é a mudança de pequenas coisas diariamente

Ela acredita que ninguém será substituído por robôs, mas sim por humanos que saibam usar melhor as ferramentas digitais. “Quando o mundo muda, precisamos de soluções novas. Por isso inovação é essencial para ganhar de qualquer concorrente. Por mais que você acredite é o o dono do mercado pelo seu conhecimento, qualquer pessoa medíocre em seu ramo, pode crescer de forma assustadora com o apoio da tecnologia, deixando expert no assunto para trás”, afirmou Martha Gabriel, professora e palestrante, numa palestra franca e acelerada — na velocidade 2x do áudio no WhatsApp — que abordou a importância da inovação no dia a dia.

A especialista fez questão de mostrar aos presentes os passos da inovação, para que ela não se confunda com invenção. “Inovação é tudo aquilo que facilita o dia a dia das pessoas, das empresas, dos consumidores. Pequenas mudanças em produtos e processos podem virar uma grande oportunidade de negócios. E se olharmos bem, há muita coisa para mudar até mesmo em nossas casas. É preciso observar, encontrar os problemas, o que o seu publico alvo quer, planejar e colocar em prática a ação que vai facilitar o crescimento. Quem inova sempre está sujeito ao erro, mas está mais próximo do sucesso. Devemos sair do automático para a criatividade fluir. Os acertos e erros não são pontos finais, mas vírgulas para novas ideias”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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