2023 será um ano de muito trabalho e crescimento, prevê a seguradora Fairfax

O ano de 2022 foi desafiador. Crise sanitária da Covid-19 ainda preocupando as seguradoras, a guerra da Rússia contra a Ucrânia, que provocou a crise de energia global e acelerou o custo de vida em todo o mundo. Se não bastasse, um clima de guerra no Brasil com a polarização política, inflação elevada, juros em alta, freando novos financiamentos. Um cenário tão adverso fez com que as seguradoras reavaliassem suas estratégias.

Carlos Eduardo Silvestre, diretor comercial da Fairfax (FF Seguros), conta nesta entrevista um pouco do que aconteceu em 2022 e o que o grupo espera para 2023. “Será mais um ano de muito trabalho e continuidade da nossa estratégia de crescimento dentro do que, desde 2021, chamamos de Visão 2025. Atualizamos a nossa marca e comunicação visual com o objetivo de transmitir os principais atributos e essências da empresa: transparência, sustentabilidade, inovação, credibilidade e empatia com nossos parceiros”.

Chegamos ao final de um ano desafiador para o país. Como foi para a seguradora?

2022 foi um ano intenso para o mercado de seguros brasileiro de forma geral, disto não temos dúvida. Para nós da Fairfax não foi diferente. Podemos dizer que um dos mais desafiadores desde 2010 quando iniciamos a nossa operação no Brasil. Hoje somos uma seguradora que atua em várias frentes e analisa todas as boas oportunidades de crescimento, com parceiros que visam a perenidade das relações. Nos consolidamos como uma das principais seguradoras nos segmentos que atuamos como por exemplo Property Energy e Power, Riscos de Engenharia, seguros Aeronáuticos, Cascos Marítimos, Operador Portuário entre outros. Desde 2020 segmentamos a empresa em cinco “Business Units” – Property & Casualty, Agribusiness, Personal Lines, Financial Lines e Cargo que distribuem seus produtos em Canais de Distribuição que definidos como Corporate (brokers), Corretores Especialistas, Clientes e o mais recente Digital. Isto nos trouxe uma visão clara de como atuar e se relacionar com cada um deles e, hoje, sabemos bem quais são as dores e oportunidades que podemos trabalhar.

Vamos começar então pelo desemprenho dos seguros corporativos…

Nos Canais Corporate e Especialistas o crescimento vem sendo construído pelo forte relacionamento com os corretores e, também, pela disciplina de subscrição. Nossos times técnico e comercial têm trabalhado de forma integrada e os processos internos ajustados para ganho de produtividade. Até novembro, de acordo com ranking Susep, ocupamos o terceiro lugar em Riscos de Engenharia com crescimento de 59% e sinistralidade que reflete a nossa boa política de subscrição. Vale destaque para outras carteiras que tiveram forte e consistente crescimento como Responsabilidade Civil Geral (29%), Aeronáutico (22%), Riscos Diversos (167%) e Transportes (38%). Mesmo diante de um cenário econômico bastante desafiador, a Fairfax angariou até novembro mais de R$ 1,1 bilhão em prêmios emitidos.

Em agronegócio?

Na linha do Agronegócio, com os adventos climáticos (e porque não dizer catastróficos) que afetaram o Brasil e também várias outras partes do mundo, demonstramos a nossa solidez financeira, capacidade e competência de todo o nosso time para enfrentar uma situação jamais vista até então na empresa. Saímos fortalecidos e com grandes aprendizados, capazes de seguir adiante numa linha de negócios que representa mais de um terço do PIB nacional e que podemos explorar toda a cadeia produtiva.  

E como está o varejo digital?

Na outra face estratégica está o Varejo digital e com ela a nossa FF Orbi que vai muito bem, obrigado! Com pouco tempo de vida e atuando como um marketplace, ela vem fortalecendo a nossa expansão territorial. Já alcançou mais de 1,5 mil corretores nas cinco regiões do país, que puderam ter acesso aos nossos produtos e serviços de forma fácil e ágil. A iniciativa de atuar no mundo digital, até pouco desconhecido para nós. Agora sabemos bem para quem vender, o que vender e como vender. Temos grandes clientes no portfolio que transacionamos tudo de forma “no touch”. Nossa unidade de Linhas Pessoais já registra, até novembro, um crescimento de 73% em relação ao mesmo período de 2021.

2023 promete ser novamente desafiador. Quais as suas expectativas para o setor de seguros?

Quando falamos de desafios, acredito que vale enfatizar que o mercado segurador brasileiro e seus executivos se mostraram extremamente resilientes com o advento da pandemia do Covid-19. Superamos desafios jamais enfrentados pela nossa geração. Num curto espaço de tempo, conseguimos implementar politicas e ações que puderam manter as nossas empresas ativas e, assim, garantimos a segurança, tranquilidade e continuidade dos negócios dos nossos clientes e parceiros. Com muitas coisas acontecendo simultaneamente ao redor do mundo, como a guerra da Ucrânia, as disputas comerciais entre China e Estados Unidos e, no Brasil, a instalação do novo governo, as expectativas sempre são elevadas. Afinal de contas, tudo está muito interligado e qualquer peça faltante o quebra cabeças do mundo não fecha! Um exemplo claro disto é o impacto no seguro de transportes marítimos na região onde a guerra se desenvolve. Muito se deixou de fazer pela insegurança que o conflito traz.

Como está o tema ESG dentro da seguradora?

O tema ESG ganha força nas estratégias das empresas a médio e longo prazos. Não há como se discutir de forma isolada, já que o ganho será de forma coletiva. O mercado de seguros precisa estar engajado na causa. No que se refere à economia, havendo confiança o consumo aumenta, as empresas vendem mais, empregam mais, a renda das famílias sobe e o governo arrecada mais. Por isto, muitas das expectativas vão em direção às agendas governamentais que precisam seguir, com fortes investimentos em áreas importantes como infraestrutura, educação, saúde, entre outras. O mercado segurador, de forma geral, está preparado para apoiar o desenvolvimento do país com capacidade e competência. O histórico crescimento que o setor obteve ao longo do tempo mostra que a expectativa é de crescer mais uma vez.

Como a FF Seguros se prepara para fazer a diferença para corretores e clientes em 2023?

Para nós da Fairfax, 2023 será mais um ano de muito trabalho e continuidade da nossa estratégia de crescimento dentro do que, desde 2021, chamamos de Visão 2025. Além de nos consolidarmos como uma das principais seguradoras corporativas do país, seremos referência em tecnologia e inovação para nossos corretores e parceiros de nossas “business units” e canais de distribuição. Atualizamos a nossa marca e comunicação visual com o objetivo de transmitir os principais atributos e essências da empresa: transparência, sustentabilidade, inovação, credibilidade e empatia com nossos parceiros. 

E na linha de varejo digital?

A FF Orbi oferecerá ao longo do próximo ano vários outros produtos de fácil comercialização (como o Bike por exemplo). O corretor pode acessá-la de qualquer lugar e a qualquer tempo. Em poucos minutos pode ter a apólice emitida e enviada ao seu cliente. Tudo de forma digital e descomplicada. Posso dizer que há muita novidade boa chegando por ai!

No segmento Corporate…

Nos dedicaremos à melhoria dos nossos processos internos, cada vez mais alicerçados na inovação. Queremos nosso pessoal dedicado ao desenvolvimento de negócios, ao relacionamento com o corretor e não ao processo. Está no plano também a atualização de vários produtos. Vamos torna-los mais aderentes às necessidades do nosso cliente.

Tudo isso com treinamento dos corretores?

Sim, um intenso programa de treinamento e capacitação dos nossos times, que visa prepará-los para atuar de forma onde o corretor perceba que o produto/preço no mercado até podem ser iguais, mas que ele nos prefira porque temos os melhores profissionais que fazem a diferença na sua escolha.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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