ATUALIZAÇÃO – Este texto foi atualização dia 23 de dezembro para corrigir dados divulgados pelo estudo que envolviam a Susep. Segue a versão correta:
O “Open Finance Mega Report 2022“ traz um panorama sobre inovações jurídicas, regulatórias, de usabilidade e de atendimento que, em boa parte, começam a impactar um número cada vez maior de usuários dos serviços de bancos e fintechs. Nele, um capítulo especial sobre Open Insurance.
Entre as novidades, o estudo cita MockInsurance, como algo que trará muitas facilidades para todos no futuro. Basicamente, a solução MockInsurance foi construída pela Finansystech para testar a implementação de soluções. De acordo com o estudo, é possível testar as soluções em todas as fases do Open Insurance em ambiente simulado para garantir que tudo vai estar nos padrões da Susep antes de lançar ao mercado. Isso é importante para prever problemas e prever testes de fluxo. A plataforma vai ser lançada para todos os participantes no dia 13 de janeiro de 2023, informa Alberto Beloni, tech leader da Finansystech.
A plataforma foi constituída pela Finansystech, empresa que oferece tecnologia para mais de 30 instituições financeiras que desejam participar do open finance, e apoio da Fenasbac (Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central). A Estrutura de Governança do OPIN contratou as empresas para disponibilizar o MockInsurance para testar o compartilhamento. “A iniciativa completa é da Susep, mas esse produto específico passa por uma série de outros fornecedores e processos de contratação”, disse.
O autor comenta que trocar dados entre seguradoras, facilitando jornadas e criando novos produtos para inovar dentro de um mercado pouco propenso à mudanças, tem se mostrado promissor. Diferente do Open Banking, regulado pelo Banco Central do Brasil, o Opin é regulado pela Susep, a Superintendência de Seguros Privados, o órgão fiscalizador das operações de seguro, previdência complementar aberta e capitalização. O foco é trazer segurança e transparência ao processo de compartilhamento de dados, que tem informações extrema- mente sensíveis.
Segundo ele, o Open Insurance tem uma agenda importante para 2023. A fase 1 começou em todas as instituições registradas em 2022 e a fase 2 começa em janeiro. “A lógica e o processo são extremamente parecidos com o Open Banking. As grandes mudanças só acontecem na fase 3, que vai ter o escopo definido no decorrer de 2023. A integração do ecossistema com as seguradoras é extremamente importante. É bom lembrar que quando falamos de Open Finance, já estamos falando de Open Banking e Insurance juntos. Sobre o que vai ser feito em 2023, a discussão gira em torno da contratação de serviços, sobre como envolver corretores e criar soluções para melhorar a jornada de contratos, mas os detalhes técnicos ainda estão em aberto. Pessoalmente, acho melhor não antecipar as discussões.”
Diferente do Open Banking, onde com cerca de 800 instituições, o Opin trabalha com algo em torno de 80, mas com uma diferença importante. No Banking, há muitas instituições pequenas. No Insurance, as instituições são maiores e mais tradicionais. “Encontramos alguns problemas no processo que ninguém estava esperando, não apenas problemas técnicos, mas também de usabilidade. Diferen- te dos bancos, não é comum para as seguradoras ter áreas logadas e a relação dos clientes é bem diferente. São idiossincrasias de mercado e as se- guradoras tiveram que correr atrás, já que são pro- cessos obrigatórios. A sensação geral é que o Open Insurance nasceu mais imaturo. “Ttivemos que correr mais atrás do cronograma. Muitas especificações já nasceram incompletas e corrigimos muitas coisas no meio do caminho. Foi um processo vivo, mas nem de longe um cenário insuperável. A Susep ajudou bastante, com workshops e ações diretas”, comenta.
De acordo com ele, a primeira grande evolução é que agora tem um material técnico unificado, juntando todos os sistemas. “Vamos finalmente entender como inovar, colocando produtos bancários e de seguros no mercado ao mesmo tempo. Para as instituições, isso é uma evolução incrível, onde se pode construir novas soluções para análise de perfil dos clientes e novas experiências de usuário, entre muitas outras ideias. Temos um novo sistema de compartilhamento de dados que pode ser usado para agregar valor em ofertas baseadas no perfil individual de cada cliente, em todo o ecossistema. Hoje, já é possível para uma seguradora trazer uma solução de pagamentos do Open Banking. Mas ainda é preciso muito tra- balho para trazer mais dados para o ecossistema e deixar tudo nos mesmos padrões e protocolos”, acrescenta.
Para o autor, a fase 3 ainda é uma grande interrogação quando se fala em detalhes técnicos e ainda é preciso trabalhar em todo o resto da fase 2. “Hoje, o obrigatório é apenas a transmissão dos dados. Em 2023, vamos ver quem vai receber os dados e é isso que vai agregar valor real ao mesmo. Depois disso, vamos ter o maior desafio, que é analisar os dados.”
