CNseg e países da região Sul da FIDES assinam cooperação técnica

Temas relevantes e que terão ganhos com o acordo de cooperação, segundo o presidente da CNseg, são regulação, compliance, ASG e Open Insurance.

Foi assinado, em encontro realizado nesta manhã (7/11), em Santiago, no Chile, um acordo de cooperação técnica entre os cinco países integrantes da Comissão Regional Sul da FIDES – Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai – para fomentar o desenvolvimento de seguros na região, com um conjunto de ações e iniciativas de troca de informações, boas práticas e eventos de capacitação técnica que promovam o desenvolvimento do mercado segurador da América Latina. 

A capital chilena será palco do lançamento internacional da Conferência Hemisférica da Federação Interamericana de Empresas de Seguros (FIDES), que ocorrerá no Rio de Janeiro, em setembro de 2023 e também reuniões da Assembleia Geral da Global Federation of Insurance Associations (GFIA), bem como da reunião do Conselho da Presidência e da Assembleia Geral da FIDES e também da Conferência Anual da International Association of Insurance Supervisors (IAIS).

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, que preside a Comissão Regional Sul da FIDES destacou a importância desta iniciativa. “Temos desafios e oportunidades semelhantes em nossos países, o que faz deste acordo de cooperação técnica uma alavanca para desenvolvermos o crescimento do mercado de seguros na região Sul”, disse. Ele destacou uma das similaridades dos mercados, como o baixo consumo dos produtos e serviços na região. “No Brasil, apenas automóvel e saúde exibem uma penetração acima de 30%. Outros ramos, como residencial, vida e pequenas e médias empresas são inferiores a 15%”, comentou. 

Outros temas relevantes e que terão ganhos com o acordo de cooperação, segundo o presidente da CNseg, são regulação, compliance, ASG e Open Insurance. “Somos o primeiro país a implementar o modelo aberto de seguros e podemos contribuir com os países que certamente seguirão este caminho para se adaptarem a mudança de hábito de consumo trazido pela tecnologia”.

Em ASG, sigla para ações sociais, ambientais e de governança, Oliveira mencionou que o órgão regulador brasileiro, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) divulgou uma regulamentação que faz diversas exigências. A gestão dos riscos de sustentabilidade deve ser integrada à estrutura de gestão de riscos e aos processos operacionais, em especial no que se refere à precificação e subscrição de riscos, seleção de investimentos e seleção de prestadores de serviços, podendo estabelecer limites para concentração de riscos e/ou restrições para a realização de negócios. 

Rodrigo Bedoya, presidente da Fides, disse que a iniciativa em um momento importante. “Estamos voltando à normalidade pouco a pouco e esta troca de experiência profissional é enriquecedora para compartilharmos as inquietudes dos países e seguirmos avançando no crescimento do setor, com laços de colaboração fortalecidos para fazermos mais negócios”. 

Jorge Claude, vice-presidente executivo da Asociación de Aseguradores de Chile, ressaltou que o acordo é de muita valia para os países, que enfrentam desafios e oportunidades semelhantes, principalmente a necessidade de se adaptar às demandas dos consumidores com novos hábitos de consumo. O Chile tem a maior penetração de seguros entre os países aqui representados e pagamos bilhões em indenizações ao ano. Mas um ponto importante para nós é a regulação. Estamos sendo arrastados para ser uma regulação bancária. Temos de ser capazes de conscientizar a todos de que a indústria de seguros é distinta da bancária e tem de ter uma regulação de seguros e não de banco”. 

Gonzalo Santos Mendiola, presidente da Asociación Argentina de Companias de Seguros, agradeceu a iniciativa em trabalhar em conjunto. “Estamos num momento único do mundo em transformação. Precisamos elevar a penetração de seguros, entender mais o que o consumidor precisa e temos o desafio de atrair talentos para as companhias. Neste fórum de debates que damos início teremos grande responsabilidade em ajudar as companhias com o treinamento das pessoas”, disse.

Antonio Vaccaro, presidente da Associacion Paraghuaya de Companhias de Seguros, disse que formar pessoas é o grande objetivo. “Temos tido excelentes resultados com grupos de trabalho que ajudam a entender outros mercados e ficarmos um passo à frente dos acontecimentos. É crucial estarmos mais preparados para lidar com os novos riscos e com as mudanças que afetam nosso negócio, como aconteceu com a pandemia. Temos particularidades e podemos contribuir muito com os debates”. 

Alejandro Veiroj, da Asociación Uruguaya de Empresas Aseguradoras Uruguai, disse estar ansioso para começar os trabalhos desta parceria técnica. “Temos negócios em comum e estamos entusiasmados com o que acontece no Brasil, um país que lidera o mercado da América Latina”. 

Antonio Trindade, presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), afirmou ser este um momento espetacular. “A pandemia trouxe para a população a percepção do tema seguro, e temos de aproveitar este momento para entregar a sociedade produtos que atendam às necessidades. O segmento massificado tem baixa penetração. O de PMEs tem uma tremenda oportunidade de negócios. Temos muita experiência para trocarmos e para avançarmos, juntos, no desenvolvimento do setor”. 

Denis Morais, presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), explicou que o setor tem uma grande capacidade de se acoplar a outros produtos e mercados, com diversidade de produtos.  “Temos experiência com produtos de bancassurance para compartilhar. Já trabalhamos com um título ligado à filantropia com apelo ao social, que tem grande oportunidade de crescimento. Bom podermos trocar informações e trazermos o seguro para o lugar de destaque que ele merece na sociedade”. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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