Seguro: crescimento da arrecadação e pagamento de indenizações superam as expectativas no acumulado de 8 meses

As indenizações pagas pelas seguradoras, assim como suas receitas, permaneceram em alta de dois dígitos no acumulado do ano até agosto.  As indenizações, benefícios, resgates e sorteios cresceram 21,4% (para R$ 149,3 bilhões no ano), comparando-se ao mesmo período de 2021. Os dados constam da nova edição da Conjuntura CNseg, publicação da Confederação Nacional das Seguradoras. No caso da arrecadação acumulada até agosto, a alta é de 17,3% (R$ 233,3 bilhões) em relação aos oito primeiros meses do ano passado, segundo a CNseg.

As indenizações de agosto totalizaram R$ 18,7 bilhões, 8,7% acima do mesmo mês de 2021. “Ainda que no mês a arrecadação tenha crescido mais do que as indenizações, no ano, a situação permanece inalterada, com as indenizações, benefícios, resgates e sorteios avançando mais do que a arrecadação”, assinala editorial do presidente da CNseg, Dyogo Oliveira. 

Em agosto, a arrecadação foi de R$ 33,4 bilhões, 27% a mais do que o movimentado no mesmo mês de 2021. Esse desempenho se deveu à arrecadação forte em carteiras com maior participação de mercado, como Rural (alta de 45,4% sobre agosto de 2021), Automóvel (+44,4%) – ambas do segmento de Danos e Responsabilidades –, e, em Pessoas, o VGBL (+31,4%). Com isso, a receita do mês (R$ 33,4 bilhões) tornou-se a maior do ano. Agosto foi também o melhor do ano para Automóvel, VGBL, além do Prestamista (20%).

Nos oito primeiros meses de 2022, os resgates e benefícios pagos pelo VGBL (R$ 72,9 bilhões, alta de 22,5% em relação ao mesmo período de 2021) e as indenizações de Auto (R$ 20,2 bilhões, avanço de 43,5% em relação ao ano passado) e do seguro Rural (R$ 9,5 bilhões, 131,6% a mais do que em 2021) “continuam sendo os maiores responsáveis pela alta robusta dos pagamentos feitos pelo setor em 2022”, relata ele.   

A publicação destaca também a performance positiva dos Seguros de Responsabilidade Civil (RC). Entre os produtos disponíveis nas gôndolas de Responsabilidades, há o seguro de RC Geral, que teve alta de 38,3% na arrecadação em agosto. Esse seguro indeniza terceiros após sentença judicial transitada em julgado em desfavor do segurado por danos involuntários. No acumulado do ano, a arrecadação desse seguro já cresceu 12,5%, enquanto o pagamento de indenizações, 66%.

O de RC de Diretores e Administradores (D&O – Directors and Officers), contratado por empresas para seus executivos, recuou 6,3% na arrecadação mensal. Em contrapartida, as indenizações subiram 368,9% em agosto e, no acumulado do ano, 468,5%. Já a apólice de RC Profissional (ou E&O- erros e omissões- na sigla em inglês) teve alta na arrecadação em agosto de 20,4%, enquanto as indenizações baixaram 12,2%. Esse seguro é contratado por profissionais liberais e por empresas prestadoras de serviços técnicos especializados e acionado por negligência, imperícia ou imprudência no exercício da profissão ou prestação do serviço. Evita, na prática, que o patrimônio pessoal do segurado seja usado em caso de danos involuntários causados a terceiros.

Outro produto cada vez mais requisitado na linha de RC é o seguro compreensivo de Riscos Cibernéticos. No mês, sua arrecadação subiu 22,5%, ao passo que as indenizações caíram 4,1%. Essa modalidade oferece proteção ao segurado contra danos diretos causados por ataques cibernéticos que gerem perdas materiais, imateriais e de conteúdo informacional, interrupção de negócios, entre outras.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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