No mercado de seguros há dois homens em cargos executivos para uma mulher. “Em 2012, era 4 por 1. Essa é a melhor notícia que poderíamos ter”, comemorou Maria Helena Monteiro, diretora da Escola de Negócios e Seguros (ENS), durante a divulgação da 4a. edição do estudo Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil. “É uma pesquisa muito rica e nos permite dispor de um denso material de avaliação econômica e de configuração de tendências. Com essa pesquisa, distintas análises foram feitas, com diversos objetivos”, comentaram os apresentadores: Glauce Carvalho pela CNseg, Maria Helena Monteiro e Francisco Galiza pela ENS.
As mulheres ainda recebem 70% do salário dos homens. “Mas isso é uma realidade no mundo todo e em todos os setores. Não é uma exclusividade de seguros”, comentou Maria Helena. “Empresas diversas são mais lucrativas. Isso já está provado em diversos estudos”, ressalta Galiza.
Outro destaque é que há dez anos, em 2012, as mulheres representavam 57% e, agora, esse valor está em 54%. De certa maneira, isso mostra que a maior presença feminina no setor de seguros tem se mantido relativamente constante, situando-se, atualmente, no patamar de 55% do total de funcionários. Como referência, nos EUA, tal proporção é 60%, ou seja, um comportamento similar.
A conclusão é que houve uma melhora expressiva em termos de inclusão e diversidade da mulher em seguros. O estudo confirma isso em sua análise acerca dos últimos dez anos. Ainda há espaço para melhora. “A estimativa é de 20 anos para o equilíbrio, considerados desde o inicio do estudo, que teve sua primeira edição em 2012. Faltam mais 10 anos. Pode acelerar. Mas mesmo sabendo que estamos na metade do caminho, temos motivos para comemorar. O setor de seguros evoluiu nos últimos 10 anos é um case para outros setores da economia”, concluiu o economista.
As fontes dos estudos foram diversas, nacionais e internacionais, fontes teóricas e pesquisas, o que permitiu uma análise mais sofisticada e abrangente dos resultados. Hoje, de modo geral, existe uma preocupação muito grande com a valorização da mulher – tanto em termos governamentais, como empresariais. No mercado de seguros brasileiro estão ocorrendo também iniciativas nesse sentido e os resultados já começam a aparecer. A pesquisa contou com a participação de 16 seguradoras participaram, que representam 20 mil funcionários. A pesquisa qualitativa contou com 420 pessoas.
A partir do dia 28 de setembro o estudo estará disponível no portal da ENS.
Veja algumas conclusões:
Inicialmente, foi estudada a condição feminina e sua relação com a economia e o mercado de seguros. Há muita referência de textos em tal assunto, também já amplamente comentada nos estudos anteriores.
A análise dos dados coletados nas seguradoras é um capítulo fundamental. De modo geral, a idade média dos funcionários das seguradoras aumentou na última década. Além disso, tal como em outros países, a presença das mulheres nas seguradoras brasileiras é maior, em uma proporção 55/45 em termos da quantidade de funcionários. Entretanto, em cargos executivos, ainda há espaço para crescer. Hoje, para cada dois executivos homens, há uma executiva mulher. Ou seja, uma relação de 2 para 1. Mas essa diferença já foi bem maior. Há 10 anos, essa relação era de 4 para 1.
- Atualmente, a partir dos dados obtidos em nossa amostra, constata-se que 56% das seguradoras já praticam uma política para promoção da igualdade de oportunidades para homens e mulheres. Em 2015, esse número era de 28%, demonstrando outra melhora no setor.
- Tal como nos estudos anteriores, entrevistamos centenas de mulheres profissionais do segmento, buscando assim avaliar as opiniões, sugestões e comentários para ampliar a inserção feminina na sociedade. Há otimismo com o setor de seguros e a condição feminina. Em números redondos, quase 70% das mulheres acharam que a situação está melhor ou muito melhor do que há três anos, em termos de oportunidades e participação feminina no mercado de seguros. Essa tendência temse repetido em cada estudo. Entretanto, é preciso reconhecer que ainda não há um consenso sobre se essa situação já está equilibrada ou não. Apesar da melhora, ainda há um caminho a percorrer.
- Promovemos também questionamentos para as profissionais do setor de seguros sobre a sociedade e a evolução desse mercado específico. Tal abordagem foi inserida no presente estudo pelos fatos extraordinários ocorridos na sociedade nos últimos anos, uma consequência direta da pandemia da Covid-19. Os números são instigantes e confirmam as conclusões obtidas em outros setores. Nessa edição, as profissionais do setor citaram as vantagens da condição feminina no negócio de seguro. E, em seguida, quais seriam suas sugestões para as respectivas empresas, visando melhorar tal aspecto. As respostas foram ricas e abundantes, denotando a preocupação com o segmento.
#ficaadica para as empresas

Políticas promovidas pelas seguradoras
