Modelos flexíveis de seguros são alternativa contra aumento de preços

CFO da Liberty Seguros conta que a mudança no planejamento de finanças e nos modelos de seguros podem revolucionar o mercado

Fonte: CFO

No primeiro semestre deste ano, o setor de seguros cresceu 19,6%, em relação ao mesmo período de 2021, faturando R$80 bilhões. Para não perder o consumidor, oferecer modelos flexíveis de seguros pode ser um diferencial competitivo e uma alternativa para o momento inflacionário que o mundo atravessa.

A persistência dos preços mais altos cria um desafio claro, especialmente para as economias em desenvolvimento, porque gera a necessidade de inovar na solução do problema que afeta tanto as empresas, pela possível perda de clientes, como o consumidor, que pode vir a abrir mão do serviço pela impossibilidade de pagar.

Alberto Vargas, CFO na Liberty Seguros do Brasil, explica que o mercado de seguros precisa avançar junto com a necessidade do público. “Atrair o consumidor com opções inovadoras de seguros não deve ser exceção. Uma transformação que está acontecendo no seguro de automóveis é a personalização,  você poderá ajustar seu seguro com base no que você precisa ou pode pagar, aumentando ou diminuindo seu nível de cobertura de acordo com o uso do carro e garantindo que não pague a mais pelo seguro”, comenta.

Além disso, a inovação também precisa atingir os colaboradores das empresas. Vargas aponta que a Liberty Seguros Brasil se adaptou ao modelo híbrido, que foi desenvolvido para acompanhar as transformações do mundo, promover conexões significativas entre os funcionários e oferecer maior flexibilidade. 

O modelo aproveita as tecnologias digitais dentro do grupo, ajudando os colaboradores a se conectarem de onde estiverem, favorecendo as interações significativas tanto no físico como no digital por meio de plataformas de comunicação que reforçam a  co-criação.

Outra forma de aumentar a produtividade é o uso de RPA, que pode automatizar certas tarefas e processos dentro dos escritórios e permitir que os funcionários gastem tempo em trabalhos de maior valor. É a técnica de IA mais comumente implantada entre empresas corporativas. A RPA eventualmente aumentará a produtividade.

O especialista ressalta que para otimizar a experiência do consumidor e trazer mais resultados, também é preciso tornar o tempo do colaborador mais produtivo. A modernização da tecnologia não equivale  à transformação digital: o cliente, os colaboradores e o fluxo de trabalho, juntamente com os recursos de tecnologia, devem estar no centro de todas as iniciativas de transformação. 

“Um exemplo é a plataforma da Liberty de seguro de vida, Meu Momento de Vida, em que é possível inserir informações pessoais e ter acesso rápido a preços adequados como experiência personalizada. Mesmo com a adoção recente, a ferramenta permitiu que os 20 mil corretores no Brasil aumentaram, em média, as vendas do seguro de vida em 30%”, finaliza.

Automatização faz parte do processo de inovação em finanças?

O CFO da Liberty Seguros no Brasil ressalta que o consumidor busca mais soluções personalizadas e práticas. “É preciso criar uma transição contínua para uma nova geração de compradores de linhas pessoais, de automóveis e de vida que estão mais propensos a optar por interações virtuais, aplicativos do-it-yourself e modelos de cobertura alternativos”, explica ele.

Além disso, existem outras propostas de inovação aliadas à tecnologia que podem tornar a experiência do consumidor mais ágil e prática, como a adesão do Pix pelas principais seguradoras do país, em dezembro de 2020. A modalidade de transferência e pagamentos instantâneos, sem taxas ou impostos, rapidamente ganhou a preferência dos brasileiros.

Segundo Vargas, existem  processos de trabalho que podem ser adequados para tornar mais fluida e prática a experiência do consumidor. Um ponto dessa mudança é o uso de Inteligência artificial (IA), chatbots, big data e análises preditivas avançadas., Blockchain, Internet das coisas (IoT), telemática.

A próxima geração de finanças está sendo impulsionada pela convergência com a ciência de dados. As equipes de planejamento estão cada vez mais se voltando para oportunidades para desenvolver processos de relatórios automatizados, economizando tempo considerável para os profissionais de finanças e liberando-os para se concentrar em projetos mais prioritários.

Os recursos tecnológicos permitem que as organizações financeiras executem análises de cenário flexíveis e criem previsões financeiras contínuas para definir receitas e gastos para os próximos períodos fiscais. As empresas iniciaram a primeira onda de modernização nessa categoria, quebrando a função de planejamento de planilhas manuais e desconectadas e movendo-a para seus sistemas de registro hospedados na nuvem.

A Internet das Coisas (IoT) também pode ser aprimorada, trazendo conectividade para bilhões de dispositivos físicos em todo o mundo equipados com sensores e software, atualmente conectados à internet para coletar e compartilhar dados. Dentro disso, existe potencial de uso do recurso em vários tipos de seguro:

1) informações sobre o comportamento do motorista  para seguro de veículo automotor;

2) aplicações inteligentes, incluindo  alarmes de segurança para seguro residencial;

3) dispositivos de rastreamento de condicionamento físico para seguro de vida e saúde.

A computação em nuvem  também trouxe inúmeras vantagens para o setor financeiro em várias áreas como serviço, segurança, inovação e escalabilidade. Organizações financeiras estabelecidas estão competindo para fornecer a clientes finais usuários com mais velocidade e confiabilidade e oferecem serviço escalável 24 horas por dia em seus produtos e serviços digitais. 

“Nos próximos anos, tecnologias transformarão todos os processos das empresas, incluindo como comercializamos,  colaboramos,  treinamos e inovamos. Temos que apontar as tecnologias para criar valor e melhorar a jornada do cliente”, finaliza.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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