Fonte: CNseg
“As questões ASG (Ambientais, Sociais e de Governança) têm importantes impactos econômicos, financeiros, regulatórios e reputacionais no setor segurador, razão pela qual “a pauta da sustentabilidade tem um respaldo permanente na CNseg”, afirmou a superintendente de Relações de Consumo e Sustentabilidade da CNseg, Luciana Dall’Agnol, durante o “3º XP Insurance Forum”, realizado em 14/9. E foi em função disso, prosseguiu ela, que “a CNseg já realizou uma série de ações para que o tema ganhasse mais substância e concretude na realidade das empresas do setor”. Entre essas ações, ela destacou a adesão, em 2012, aos PSI (Princípios da Sustentabilidade em Seguros, na sigla em inglês), do braço financeiro das Nações Unidas (UNEP Fi), e, no mesmo ano, a criação da Comissão de Sustentabilidade e Inovação, atual Comissão de Integração ASG da CNseg.
Luciana também informou, com base no Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros 2021, que será divulgado em breve, que atualmente, 86,4% das seguradoras associadas já integram as questões ASG em suas estratégias de negócios, ao passo que, em 2016, esse índice era de 77%. “As seguradoras não começaram a debater o tema agora, apesar dele ter se fortalecido nos últimos dois anos”, afirmou.
O webinar também contou com a participação da diretora de Sustentabilidade da Mapfre e presidente da Comissão de Integração ASG da CNseg, Fátima Lima; do head de Previdência da XP Seguros, Amancio Paladino, e do head de Risco Socioambiental & Climático da XP Inc., Fábio Simabukuro Cruz, moderador do debate.
Em sua participação, Fátima Lima afirmou que “a integração das questões ASG nos negócios é um dos mais importantes desafios globais para empresas, governos e sociedade como um todo”. E, entre esses desafios, prosseguiu, está “a transição para uma economia de baixo carbono, que fará surgir e desaparecer mercados”, razão pela qual “as empresas precisarão estar preparadas para os riscos inerentes, bem como para as novas oportunidades de negócios”.
Norma da Susep sobre requisitos de sustentabilidade é elogiada pelo setor
O encontro também abordou Circular Susep Nº666/2022, que entrou em vigor em 1º de agosto e dispõe sobre requisitos de sustentabilidade a serem observados pelas seguradoras, entidades abertas de previdência complementar e sociedades de capitalização.
A esse respeito, Luciana lembrou que antes dessa Circular, não havia um escopo regulatório que demandasse ações das seguradoras sobre requisitos de sustentabilidade, “mas muito já estava sendo feito a respeito”. A superintendente da CNseg informou que as seguradoras receberam muito bem a norma, que traz requisitos que atendem às demandas do setor. “Um dos seus grandes benefícios é que as exigências seguem uma lógica baseada em etapas, com os prazos variando de acordo com a segmentação de cada seguradora”, explicou. Além disso, “a Circular não limita os negócios, mas fornece diretrizes que devem orientar as decisões”.
Fátima Lima também se mostrou muito satisfeita com a Circular, parabenizando a Susep pela condução do processo e pela capacidade de escutar o mercado. “O processo de regulamentação do setor para questões ASG não poderia acontecer em melhor momento, pois a forma tradicional de se subscrever os riscos não se sustenta mais e ainda precisa ser melhor explorada pelas empresas”, concluiu.
Em seu artigo 6º, a Circular 666 informa que as seguradoras devem implementar critérios e procedimentos para a seleção de investimentos que levem em conta os riscos de sustentabilidade, entre outros. E, nesse sentido, segundo o head de Previdência da XP Seguros, “a norma da Susep é um passo importante, mas há ainda um longo caminho no mercado de investimentos”. A avaliação de Amancio Paladino é de que o mercado de investimentos se apresenta de maneira muito diversificada, tanto em termos de capacidade de avaliação desses riscos de sustentabilidade por parte dos investidores, como em relação à capacidade das empresas proverem essas informações.
Já ao final dos debates, Fátima Lima afirmou que a prevenção é a forma mais segura de se evitar um colapso ambiental e que, no setor de seguros, cujo negócio é o gerenciamento de riscos, a consideração dessas questões ASG torna-se ainda mais importante.