Redução dos preços influencia projeção para o IPCA em 2023

O monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado na semana passada, confirmou o quadro de atividade mais aquecida em junho, quando apresentou crescimento de 0,1% em relação a maio. O indicador, que busca ser uma aproximação mensal do PIB, aponta crescimento de 1,1% na atividade econômica no segundo trimestre em comparação ao primeiro, considerando-se dados com ajuste sazonal. Trata-se de uma estimativa ainda mais alta que os 0,6% apontados pelo IBC-Br na segunda-feira passada. 

Na comparação interanual, a economia cresceu 3,0% no segundo trimestre e 2,7% em junho, segundo o Monitor do PIB. “Tais resultados mais positivos, aliados à recuperação gradual do mercado de trabalho e às medidas tomadas pelo governo para reduzir a inflação e ampliar as transferências de renda este ano – a exemplo da redução do ICMS sobre combustíveis e a ‘PEC das Bondades’ – melhoram as projeções para o crescimento da economia, mesmo que estejamos vendo os primeiros sinais de que a política monetária mais restritiva já faz efeito sobre a atividade”, analisa o economista Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). 

O economista destaca que a mediana das projeções para o crescimento do PIB em 2022 subiu de 2,0% para 2,02%. Para 2023, em compensação, a projeção para o crescimento caiu de 0,41% para 0,39%.  “A redução dos preços dos combustíveis e da energia elétrica que levaram à deflação nos índices de preços ao consumidor no último mês, continuam a influenciar as projeções para a inflação, desta vez também no ano que vem, pois, alguns analistas acreditam que a forte desaceleração na segunda metade deste ano por conta dessas medidas pode entregar um componente inercial favorável para 2023”, avalia Simões. 

Nesta semana, a mediana das projeções para o IPCA caiu para 6,82% em 2022 e para 5,33% no ano que vem. Em meio a sinais ainda diversos dos indicadores de atividades e inflação, as projeções medianas do mercado para a Selic mantiveram-se estáveis por mais uma semana, em 13,75% para o final deste ano e 11% no final de 2023.  Na agenda da semana, destaque para o simpósio de Jackson Hole, um importante encontro anual nos EUA em que se debate a política monetária mundial, tradicionalmente utilizado por autoridades monetárias – inclusive pelo Fed, cujo presidente, Jerome Powell, discursará – para deixar mais clara a leitura do cenário econômico dos Bancos Centrais. Destaque também para o IPCA-15 de agosto, na quarta (24/08) e para os dados do Caged, na quinta-feira (25/08). Além disso, começa nesta semana, oficialmente, a campanha eleitoral.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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