Seguro de vida: bom produto, bom preço e boa consultoria financeira são as apostas para elevar as vendas

"As pessoas estão abertas para saber mais sobre nossos produtos. Vamos juntos levar proteção para a renda financeira das famílias", diz Edson Franco, presidente da Fenaprevi e da Zurich Seguros

O segmento de vida e previdência tem dois grandes desafios pela frente: lidar com as variáveis da macroeconomia que tiram o poder de compra da população e se comunicar melhor com a sociedade, incluindo ai os 3 Poderes, empresas, famílias e indivíduos. “Enquanto tivermos uma desigualdade de renda como a do Brasil neste momento, vai ser difícil chegarmos a patamares de penetração do seguro de vida como vemos em outros países. Mas mesmo neste cenário mundial de juros e inflação elevados, desemprego, cadeias produtivas em alerta com os problemas geopolíticos, é possível dobrar o tamanho do segmento de pessoas no Brasil, independentemente da renda”, afirmou Edson Franco, presidente da seguradora Zurich no Brasil e da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdencia e Vida), em evento promovido pelo CVG-SP (Clube de Vida de São Paulo).

O seguro no Brasil tem participação de 4% no PIB (Produto Interno Bruto), abaixo da média mundial de 7%. Especificamente em pessoas, a participação é de 2,1%, segundo o estudo mais recente da Fundação Swiss Re, com dados de 2021. Em seguro de vida, o percentual cai para 0,5%. “Isso mostra que temos grande potencial, independentemente da renda, para avançarmos na venda do seguro de vida. Precisamos levar para a sociedade mais informações sobre os produtos, que já trazem serviços e cobertura para serem usadas em vida e atendem os vários ciclos de vida do consumidor”.

Em grandes números, o segmento de pessoas avançou de R$ 34,5 bilhões em 2017 para R$ 51,2 bilhões em 2021, um crescimento médio de 10% ao ano, sendo o VGBL, Vida em Grupo e Vida Individual os principais produtos. Um dos pontos destacados em seguro de pessoas está o valor que o segmento devolveu à sociedade em decorrência da Covid-19: R$ 7 bilhões em indenizações pagos para mais de 183 mil famílias. “São números relevantes, que mostram a importância do setor no suporte financeiro para famílias, bem como para o governo”, ressaltou o executivo.

A pandemia, por outro lado, contribuiu para abrir o diálogo sobre morte. “Antes tínhamos um inimigo oculto, que era o tabu em falar sobre morte. Ninguém queria falar sobre isso, por mais necessário que possa parecer para nós que trabalhamos no setor. Infelizmente, todas as noites a partir de março de 2020, todos paravam para escutar o ministro da Saúde falar sobre as mortes nas tevês. Isso mudou a visão das pessoas sobre a necessidade da proteção da renda familiar. O que nos traz a missão de oferecer produtos que atendam este anseio da sociedade”, acrescenta Franco.

Segundo pesquisa encomendada pela Fenaprevi ao DataFolha, 62% das pessoas que tinham seguro de auto não tinham de vida. Quando perguntado se a segurança da família era menos importante do que o do carro, as pessoas comentavam que iriam rever este assunto. “É este momento que temos de aproveitar para elevar a penetração de seguro de vida no Brasil. Vamos juntos nesta jornada, corretores. A assessoria competente de riscos é fundamental”, ressalta Franco.

A pesquisa foi realizada entre 18 de novembro e 01 de dezembro de 2021, e ouviu 2023 pessoas em todo o país (com 18 anos ou mais), com destaque à classe C que possui 48% dos representantes. Sobre o que fizeram ou estão fazendo para proteção de si e da família de situações adversas, 23% afirmaram ter começado a guardar algum dinheiro; outros 17% disseram ter contratado um seguro, sendo 6% deles um seguro de vida, e 11% não tomou nenhuma atitude para se proteger da doença. “Temos de mostrar para a sociedade que seguro de pessoas vai muito além do seguro de vida. Temos o seguro doenças graves, internação hospital, para quitar dívidas entre tantos outros serviços com o telemedicina e benefícios que estimulam a qualidade de vida”, cita.

No tocante à comunicação com a sociedade e com os governos federal, estadual e muncipal, Franco comentou a contratação de Dyogo Oliveira para presidente da CNseg, Confederação Nacional das Seguradoras, no triênio 2022-2025. “A grande missão do ex-ministro e agora presidente executivo da confederação é abrir diálogos com os poderes executivo, legislativo e judiciário, no sentido de aumentar o entendimento e a compreensão do tamanho do mercado. Somos o principal financiador da dívida pública, com R$ 1,2 trilhão em reservas aplicadas em títulos do governo. Temos muito a contribuir com o Brasil na oferta de produtos que visam proteger a renda das pessoas. E estamos só no começo, como mostramos no documento com as propostas da CNseg para os candidatos à presidência da República nas eleições deste ano“, frisou.

Claro que o setor depende do bom desempenho da economia para crescer, uma vez que antes de comprar seguro o trabalhador tem despesas básicas como moradia, alimentação, transporte, saúde e educação. Enquanto o governo cuida disto, as seguradoras e corretores investem em tecnologia e inovação para entregar produtos acessíveis, aderentes aos ciclos de vida do cliente, com uma jornada de vendas e de pós venda capaz de tornar o seguro um serviço indispensável no orçamento financeiro das famílias.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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