Setor segurador acompanha PEC dos Combustíveis para avaliar pressão sobre a inflação e efeitos no setor

Atenções também estarão voltadas para a divulgação do IPCA de junho nesta sexta-feira, diz o economista Pedro Simões

 O economista da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), acompanha o desenrolar no Congresso da PEC dos Combustíveis, tanto por seus impactos econômicos quanto políticos. Após aprovação no Senado na semana passada, o texto segue para análise na Câmara. A nova versão da Proposta prevê o reconhecimento do estado de emergência em 2022 no País e um pacote de R$ 41,25 bilhões em auxílios, fora do Teto de Gastos. Entre as principais medidas estão a expansão do Auxílio Brasil para R$ 600,00 e do Vale-Gás de cozinha; a criação de auxílios específicos para caminhoneiros e taxistas; o financiamento de gratuidade de transporte coletivo para idosos; a compensação aos estados que concederem créditos tributários para o etanol e biodiesel e um reforça no programa Alimenta Brasil. 

“Essas mesmas mediadas colocam pressão sobre a inflação em 2023 mesmo mais adiante. A percepção da deterioração fiscal, que começou com os “furos” no Teto de Gastos no ano passado, intensificam-se. A depender da dimensão dessa deterioração, a depreciação do câmbio e aumento dos prêmios de risco poderiam até mesmo anular parte dos efeitos das medidas, ainda em 2022, tanto pela via da piora do cenário macroeconômico geral quanto na pressão sobre os próprios preços dos combustíveis, já que os preços internos são formados pelo preço internacional do petróleo e pela taxa de câmbio”, comenta Pedro Simões em seu boletim semanal. 

Ele recorda que na última sexta-feira, por exemplo, o dólar fechou a R$/US$ 5,31, desvalorização de 1,54% na semana. O mercado de trabalho, a despeito da remuneração real média ainda estar em queda em termos interanuais (tanto por efeito da inflação alta quanto pela composição da recuperação das vagas de emprego, com salários tipicamente mais baixos até mesmo nas ocupações formais), tem se mostrado mais favorável, o que pode dar alguma sustentação à atividade, mesmo no cenário mais adverso de desaceleração do segundo semestre, que deve ocorrer com os efeitos defasados da política monetária. 

“O Copom, aliás, reforçou em sua comunicação a ideia de que, depois de aumentar a Selic em mais 0,5 ponto percentual em agosto, deve “parar” para analisar o cenário e os efeitos do ajuste já realizado e das mudanças na conjuntura na inflação. Depois de alguns meses sem surpresas negativas, o IPCA-15 de junho veio acima do esperado. Por isso, atenções também estarão voltadas para a divulgação do IPCA de junho nesta sexta-feira (08/07)”, cita o economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg. 

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas desta semana no portal da CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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