Fonte: Zurich Seguros
Há cerca de um ano, a Seguradora Zurich iniciou uma parceria com o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) para revolucionar o mercado de oficinas de reparação, com a utilização da Certificação Selo Verde. A certificação é a única do gênero no país e reconhece as oficinas que aderem às melhores práticas sustentáveis nos serviços de reparos automotivos.
Para ser certificada, as oficinas precisam atender a uma lista de 60 itens estabelecidos pelo IQA, sendo classificadas em três categorias: Ouro (deve atingir pontuação acima de 90%), Prata (entre 75% e 90%) e Bronze (de 51% a 75%).
Atualmente, a Zurich conta com 55 estabelecimentos com a certificação, a maioria, 20, no estado de São Paulo. Em seguida vem Minas Gerais com 10; Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul (07); Distrito Federal (02); Goiás, Rio de Janeiro e Pernambuco (01 em cada). Do total, 18 na categoria Bronze, 28 Prata e 09 Ouro.
Sozinho, o setor de oficinas de reparação tem movimentado anualmente cerca de R$ 70 bilhões entre os mais de 121 mil estabelecimentos distribuídos em todo o país, segundo o Sindirepa Nacional, entidade que reúne os sindicatos do setor no território nacional. Contar com o selo pode ser um diferencial competitivo.
É o caso da oficina Estufa 4 Rodas, de São Bernardo do Campo (SP), certificada em 2021 na categoria Bronze. “Sempre tive uma preocupação com a qualidade dos serviços prestados, não apenas para os nossos clientes, mas para a sociedade e é impossível pensar nisto sem avaliar o impacto social e ambiental da minha atividade profissional”, conta seu proprietário, Efrem Azzoni, que acredita que o mercado de oficinas de reparação precisa de uma iniciativa como a Certificação Selo Verde. “Quem não se ater às questões ESG, ficará de fora”, complementa.
“Há cerca de 5 anos, fiz uma reforma que considerou questões como iluminação e uso adequado da água. Quando o processo de auditorias do IQA começou, constatei que muito já estava contemplado. O próximo passo é colocar painéis solares”, revela Efrem.
Outro estabelecimento, também de São Paulo, situado no bairro do Socorro, capital, a receber o Selo também no ano passado, mas na categoria Prata, foi a Oficina 400 Funilaria e Pintura. De acordo com seu sócio-proprietário, Celso Pacheco, a conquista mostra o norte que a empresa tem de seguir para atender às necessidades com o cuidado ao meio ambiente.
“É por estar antenada a elas que me engajei na obtenção do selo. Nosso processo de certificação se deu em apenas um mês e a única não conformidade foi a instalação da caixa separadora, a qual estava em fase de implantação na época”, comemora.
No caso do Centro Automotivo Robcar, de Contagem (MG), certificada em 2021 na categoria Bronze, seu sócio-proprietário, Robson Castro, conta que do primeiro contato à obtenção do selo foram cerca de 100 dias.
Ele comenta sobre a importância de contar com o selo: “Em um mundo globalizado em que vivemos, os clientes estão muito antenados e certamente tendem a buscar empresas que têm as melhores práticas. Estamos fazendo a nossa parte”, observa.
Robson conta houve a necessidade de fazer algumas alterações para receber a certificação, como lixeiras para coleta seletiva, tambores para destinação material contaminado, identificação de locais de descarte, registro de manutenções, além do constante desafio em educar os colaboradores da oficina.
Também de Minas Gerais, mas localizada na capital Belo Horizonte, a recém-certificada na categoria Prata Auto Mecânica Andradas, recebeu o selo em janeiro de 2022, em um processo que durou seis meses.
O sócio-proprietário da Andradas, Evandro Duarte, também vê valor na conquista e a considera importante, pois a sociedade está cada vez mais preocupada com as questões de conservação e manutenção do meio ambiente. “Os clientes estão optando por empresas que estejam de acordo com as boas práticas de sustentabilidade e o Selo Verde traz visibilidade, aumentando a quantidade de novos negócios para a oficina e, de modo geral, para o setor de reparação automotiva”, comenta.
Ele conta que não houve a necessidade de realizar modificações na estrutura da empresa, porém, teve que implementar alguns processos que já estavam no planejamento da oficina.
Para o Superintendente de Sinistros, Personal Lines da Seguradora Zurich, Fabio Santos Silva, a Certificação Selo Verde impulsionou o compromisso da companhia em ser uma das empresas de maior impacto ambiental no mundo – que é uma meta do Grupo Zurich em nível mundial, razão pela qual tem diversos compromissos assumidos, refletidos em produtos e em iniciativas como a desenvolvida com o IQA.
“O selo envolve esses parceiros relevantes e estratégicos em iniciativas sustentáveis, alinhando nosso ecossistema de negócios ao modelo de governança ambiental, social e corporativa que a Zurich há muito segue e que hoje o mundo todo resume na sigla ESG”, comenta.
Fabio conta que o projeto de lançamento da Certificação Selo Verde foi desafiador devido ao fato de envolver parceiros de negócios que, em sua maioria, trabalhavam para conquistar o selo justo quando a retomada das atividades acontecia, logo após o auge da pandemia.
O projeto também foi aprimorado ao longo de seu desenvolvimento, com a implantação de auditorias remotas por parte do IQA e contratação de profissionais para darem suporte ao programa. Se no início do projeto, o tempo estimado para a certificação era de 3 meses, agora, esse prazo passou para 45 dias – a depender, é claro, do nível de aderência das oficinas aos pontos de avaliação.
O executivo da Zurich complementa: “Um aspecto que muito nos orgulha é o marco que o Selo trouxe para todo o mercado, no qual a Zurich marca posição, já que as oficinas referenciadas que conquistam o selo atendem também aos clientes de outras seguradoras”, avalia. “Considerando que aproximadamente 90% das experiências dos clientes do seguro auto acontecem dentro de uma oficina de reparação, a percepção que eles têm e a experiência que vivenciam acabam contribuindo para a elevação do padrão de serviço de todo o mercado de oficinas de reparação do país”.
Segundo Fabio, desde a implantação do projeto, as questões sustentáveis abordadas na certificação se tornaram condições para o aceite de novas oficinas no rol de estabelecimentos credenciados da Zurich. “Queremos ampliar o impacto desta mudança, que é um diferencial competitivo para nossos parceiros e uma necessidade urgente para o nosso planeta. Vários atores do mercado segurador têm nos procurado, e estamos abertos a compartilhar informações sobre a iniciativa”, finaliza o executivo.
Os processos da Certificação Selo Verde
Fundado em 1995 e especializado no setor automotivo, o Instituto da Qualidade Automotiva (IQA) já contava com um processo de reconhecimento das melhores práticas das oficinas de reparação, acreditada pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro. Mas quando iniciou parceria com a Zurich, em 2021, para aplicar a Certificação Selo Verde, aprimorou alguns parâmetros para avaliar as questões ESG desses estabelecimentos, a partir das demandas específicas da seguradora.
De acordo com o Gerente de Serviços Automotivos do IQA, Sérgio Fabiano, a certificação nada mais é do que uma organização de processo que, por isso, possibilita que as oficinas ganhem em eficiência ambiental, operacional e na qualidade dos serviços prestados.
“O processo analisa diversos aspectos, como os relacionados à utilização de insumos de baixo impacto ambiental, redução e destinação correta de resíduos sólidos e líquidos, economia e reutilização da água e redução no consumo de luz elétrica, assim como o bem-estar dos funcionários. Para se ter uma ideia, estimamos que, apenas com a melhora do uso da água e luz, as oficinas certificadas podem ter redução de cerca de R$ 6 mil por ano com essas despesas”, revela.
Sérgio explica o passo a passo: “Tudo começa com o diagnóstico remoto, ou pré-auditoria, quando um avaliador do IQA conhece a oficina e prepara um relatório, que funciona como um orientador. Em seguida vem a auditoria inicial, que pode ser presencial ou remota. Se a empresa for certificada recebe o selo com validade por dois anos – ocorre uma auditoria de acompanhamento, feita 12 meses depois da certificação inicial”, conclui.