Open Insurance trará mudanças para o setor de seguros em 2024, segundo pesquisa da Capgemini

A maior parte dos executivos espera que o Open Insurance passe a impactar o mercado só em 2024

É necessário ter mais interesse nas mudanças que o Open Insurance exigem e montar uma estratégia de adaptação a uma nova realidade. Esta é a conclusão do estudo “Desafios, Oportunidades e Estratégias“, publicado pela consultoria Capgemini. O estudo foi baseado em pesquisas de mercado e análises teóricas, desenvolvido com o objetivo de responder quatro perguntas que refletem as principais preocupações do setor hoje. “Ajudar empresas em suas jornadas de transformação faz parte do DNA da Capgemini e, em conjunto com a capacidade analítica de Francisco Galiza, esperamos trazer um estudo que funcione como norte para a tomada de decisão de negócios”, conta Roberto Ciccone, vice-presidente para Serviços Financeiros na Capgemini Brasil.

Gustavo Leança, líder de Soluções para Seguros na Capgemini Brasil, explica que empresas maiores normalmente precisam de seguros personalizados, mais complexos, o que deve impedir que essas operações sejam feitas por meio do Open Insurance. Já no caso das modalidades mais simples e para pequenas empresas, o Open Insurance pode facilitar ainda mais a operação, possibilitando a comparação entre ofertas de seguro e contratação simplificada, por exemplo, por um aplicativo. “Quando a gente vê um produto como seguro de celular, de repente você vê que em vez da seguradora A você pode ir pra B pelo mesmo preço e é um produto muito simples, você entende o valor do seguro, a tendência de ir para preço é muito maior”, apontou.

Francisco Galiza, consultor econômico e parceiro da Capgemini na elaboração do estudo, destaca que além da necessidade de investimentos, um dos achados da pesquisa é que o conhecimento da sociedade e dos profissionais do mercado sobre o Open Insurance ainda é baixo, contribuindo para que o horizonte de impacto seja mais longo.

“Um desafio claro é de conhecimento, a gente fez essa pergunta para as empresas, sobre qual o grau de conhecimento que elas têm em relação ao Open Insurance e é muito baixo. Há toda uma trajetória cultural em relação a isso, uma trajetória de compliance, regulatória, das pessoas se adaptarem e isso é uma trajetória de médio e longo prazo”, disse.

Veja abaixo as perguntas e um resumo das respostas:

O Open Insurance será realmente importante para o mercado de seguros brasileiro? E, em caso afirmativo, a partir de quando serão sentidos seus efeitos?

Sim. O Open Insurance será importante conforme dizem: 80,3% dos entrevistados, que acreditam que o Open Insurance trará mudanças profundas no mercado brasileiro no longo prazo, sendo os efeitos sentidos mais daqui a dois anos, em 2024. Tem quem acredite em “nunca”.

Quais os principais impactos que se pode esperar do Open Insurance?

Pela pesquisa realizada, cinco serão as consequências mais importantes do Open Insurance:

Haverá novos produtos no mercado; haverá novas seguradoras (incluindo InsurTechs); a distribuição será mais diversificada; não ocorrerá a exclusão de clientes; não haverá impactos negativos na lucratividade das seguradoras; em termos de ramos, Vida (ou Pessoas), Auto, Massificados e Previdência seriam os quatro mais impactados; e em relação aos tipos de clientes, os mais beneficiados serão as pessoas físicas, seguidos das micro e pequenas empresas.

Quais desafios precisam ser vencidos na nova realidade?

Foram identificados 8 grandes desafios:

  1. O grau de preparação tecnológica atual do setor;
  2. A comunicação do tema junto à sociedade e ao setor;
  3. O entendimento do setor de seguros sobre a Sociedade Iniciadorade Serviços de Seguros (SISS);
  4. A necessidade de revisão nas estratégias de negócio;
  5. A adoção pelos agentes e consumidores;
  6. A interoperabilidade com o Open Finance;
  7. Desafios regulatórios;
  8. O risco de mau uso dos dados.

Como definir estratégias eficientes para ter sucesso neste novo ambiente?

Segundo a pesquisa com os executivos neste exato momento, enquanto as InsurTechs, as SISS e os segurados devem ser os grandes beneficiados do Open Insurance, os canais distribuição – especialmente o corretor – foram, em princípio, os indicados como os mais negativamente impactados. Em uma análise final, foco no cliente, processos inteligentes, inovação e ecossistemas abertos são quatro pontos cruciais que precisam fazer parte da estratégia das seguradoras e corretoras visando ao melhor desempenho no Open Insurance. E essa transformação precisa começar o quanto antes.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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