O IPCA de maio, divulgado na semana passada, teve alta de 0,47%. Em maio do ano passado, a alta havia sido de 0,83%. Com isso, o acumulado em 12 meses desacelerou para 11,73%. Apesar do resultado ter vindo abaixo do esperado, os indicadores de persistência da inflação, como os núcleos e a dispersão dos preços, continuam pressionados.
Com dados de atividade e emprego indicando uma economia um pouco mais aquecida do que se imaginava há alguns meses, a maioria dos analistas acredita que o Copom irá aumentar a Selic em 0,50p.p. na reunião de quarta-feira, 15. “O que ocorrerá a partir daí, entretanto, é mais incerto e dependerá dos dados correntes, ou seja, deveremos ver um Banco Central mais “data-dependent”, no jargão do mercado”, diz Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg.
Segundo o economista da CNseg, colabora ainda para a perspectiva de juros mais altos no Brasil a expectativa – que provoca quedas nos mercados nesta segunda-feira – de que, nos EUA, o Fed aumente os juros básicos mais do que esperado, pois, na maior economia do mundo, a inflação continua a surpreender para cima, chegando a 8,6% em maio, no CPI divulgado na última sexta-feira. “Juros mais altos internacionalmente diminuem o diferencial de juros por aqui, e esta é uma variável que pesa, por exemplo, no comportamento do câmbio, com impactos na inflação interna”, ressalta.
Levantamento feito pelo Valor mostra que a expectativa mediana de 91 instituições consultadas para o IPCA de 2023 subiu para 4,6%, consideravelmente acima da meta central de 3,25% e já muito próxima do teto da meta, que é 4,75%. O mesmo levantamento aponta que a Selic projetada ao final deste ano é de 13,50% e, para o final do ano que vem, de 9,75%.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas desta semana no portal da CNseg.