Dyogo Oliveira prevê expansão contínua do setor de seguros nos próximos anos

Os investimentos na estruturação do open insurance, considerando-se um universo de 65 empresas participantes, deverão totalizar cerca de R$ 650 milhões

Fonte: CNseg

O novo diretor-presidente da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, Dyogo Oliveira, afirmou que o setor de seguros está entre as atividades credenciadas a crescer de forma contínua nos próximos anos, tendo em vista as profundas mudanças que resultam em uso crescente de novas tecnologias, produtos inovadores, regras regulatórias mais flexíveis e menos onerosas. Este ano, em meio a um cenário de incertezas, a arrecadação do setor deve crescer na casa de dois dígitos, oscilando entre 13% e 15%. As declarações de Dyogo Oliveira foram dadas durante a live “A nova administração da CNseg”, transmitida pela Apólice TV, canal da Revista Apólice no YouTube, nesta terça-feira, 10. A nova expansão projetada será suficiente para o setor segurador ampliar sua participação em proporção ao PIB, hoje perto de 6,5%.

Sobre o open insurance, Dyogo Oliveira afirmou que o projeto precisa de ajustes em termos de prazos de implementação e em relação a produtos que devem ter os dados abertos, para atingir seus objetivos, como o de ampliar a concorrência das empresas e o nível de proteção das mais variadas faixas de públicos. “Dependemos de pequenos ajustes, que não são protelatórios, mas necessários para alcançar os objetivos pretendidos e evitar gastos desnecessários”, assinalou Oliveira. Os investimentos na estruturação do open insurance, considerando-se um universo de 65 empresas participantes, deverão totalizar cerca de R$ 650 milhões, pelas estimativas do diretor-presidente da CNseg.

Um dos desafios históricos do mercado segurador, o de ter sua real importância reconhecida pelo governo e a sociedade, já é uma causa abraçada pelo novo dirigente da CNseg. “Já somos um setor relevante, mas a percepção de nossa grandeza ainda é muito pequena, quer seja no governo, quer no conjunto da sociedade. Respondemos por uma participação de 6,5% do PIB e detemos cerca de 25% da dívida pública em mercado”, assinalou. 

Para reforçar a ideia da importância do setor que passa despercebida, Dyogo destacou outros números que tornam as pessoas e seus negócios mais resilientes. Na Saúde Suplementar, as despesas pagas pelas operadoras superaram R$ 200 bilhões no ano passado, quase o dobro do orçamento do Ministério da Saúde na fase pré-pandemia. Na carteira de automóvel, as indenizações somaram R$ 22 bilhões, o suficiente para a compra de 380 mil veículos populares, ou seja, 20% da produção nacional. Desde a eclosão da pandemia, as seguradoras, de forma voluntária, pagaram quase R$ 7 bilhões por mortes decorrentes da Covid.

O presidente da CNseg informou que intensificará a interlocução com governo, órgãos de supervisão do mercado e o conjunto da sociedade, aperfeiçoando a comunicação institucional, de forma a ratificar que o setor segurador é estratégico para o desenvolvimento do país e vital para reduzir as vulnerabilidades de pessoas e empresas diante dos riscos, devendo, em razão disso, ser uma atividade fomentada para retroalimentar o próprio crescimento econômico, seja ao assumir riscos de diversas naturezas, seja na condição de investidor institucional. Segundo Dyogo Oliveira, uma interlocução de nível superior planeja estabelecer “uma relação ganha-ganha para todos” – sociedade, governo e o mercado segurador.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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