Com dados do 1º trimestre divulgados, CNseg vê PIB, inflação e juros em alta em 2022

Pressões relevantes em serviços e bens industriais resultam em alta nas projeções para o IPCA neste e no próximo ano

A greve dos servidores do Banco Central continua e, dessa maneira, as expectativas do Relatório Focus não foram divulgadas novamente nesta semana. Entretanto, a semana passada foi marcada pela divulgação de indicadores de atividade e inflação que mostram um quadro de economia mais aquecida do que previamente esperado no primeiro trimestre do ano. “Tivemos sinais – de indicadores não convencionais de atualização mais célere, como os baseados em dados de empresas de meios de pagamentos – de que abril deve seguir pelo mesmo caminho”, avalia Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg.

Segundo o economista, ainda que haja grande incerteza, parece claro que esse cenário também deve levar a uma Selic um pouco mais alta – ou que permanece em patamares considerados restritivos por mais tempo. “A Ata da última reunião do Copom, divulgada também na semana passada, admite que a incerteza é “maior que o usual”, trazendo mais uma vez a indicação de “provável” extensão do ciclo com “um ajuste de menor magnitude”, o que a maioria dos analistas interpreta como um sinal de que a Selic continuará a subir para além dos 13% (está atualmente em 12,75%, depois de uma elevação de 1 p.p.) nas próximas reuniões, ainda que em ritmo mais lento”, destacou.  

Os resultados de atividades melhores que o esperado, a despeito da inflação mais alta, afirma Simões, podem ser consequência de medidas pontuais como liberação do FGTS e a antecipação do 13º dos aposentados, além de uma melhora mais consistente do mercado de trabalho. Com isso, houve revisões para cima nas projeções para o crescimento do PIB de 2022 nas últimas semanas. O IPCA registrou alta de 1,06% em abril, acima do consenso de mercado (1,00%). “Em doze meses, o índice avançou de 11,30% para 12,13%, e seu detalhamento evidencia um quadro inflacionário ainda adverso, com pressões relevantes em serviços e bens industriais, núcleos rodando em alta e difusão bastante elevada, o que levou a algumas revisões de alta nas projeções para o IPCA neste e no próximo ano”, cita. 

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas desta semana no portal da CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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