MetLife firma parceria com o Fundo Baobá e aporta R$ 1 milhão em projeto educacional

Educação para Equidade Racial atenderá 51 jovens, sendo 36 vestibulandos e 15 recém ingressados em universidades, com computadores, vale transporte, vale alimentação e bolsas de estudo

O Fundo Baobá para Equidade Racial e a MetLife, uma das maiores empresas de serviços financeiros do mundo, estão lançando a segunda etapa do Programa Já É: Educação para Equidade Racial, cujo objetivo é auxiliar jovens negros a entrarem e permanecerem na universidade, oferecendo não só bolsas de estudo em cursinho preparatório para o vestibular, como também apoio psicológico individual (sob demanda) e mentorias. Com o aporte de R$ 1 milhão da MetLife Foundation, o projeto irá beneficiar jovens entre 18 e 26 anos da cidade de São Paulo e região metropolitana, de sexo masculino, feminino, cis, trans e não binários, todos residentes em bairros, territórios ou comunidades periféricas. Além de auxiliar na chegada à universidade, o Programa pretende fazer com que esses alunos concluam seus cursos, apoiando-os no que for possível.  

A iniciativa do Fundo Baobá para Equidade Racial, agora em parceria com a empresa MetLife, irá oferecer 51 vagas para jovens que participaram da primeira etapa, em 2021. Deste total, 15 que foram aprovados em vestibulares seguirão no projeto com apoio psicológico, mentorias e orientação, visando a sua permanência nas universidades. Os outros 36, que também participaram da primeira fase em 2021 e  não conseguiram aprovação nos vestibulares, seguem no projeto e receberão apoio para o financiamento das despesas com transporte, alimentação e acesso à internet; além de participarem de atividades voltadas para a ampliação das habilidades socioemocionais e vocacionais, incluindo programa de mentoria, que terá a participação de colaboradores da MetLife Brasil.  

Em sua primeira edição, o Programa JáÉ teve o apoio da Citi Foundation, Demarest Advogados e Amadi Technology. Durante os nove meses de duração do Programa em 2022, a expectativa é que o Programa atinja os objetivos e contribua com a sociedade. “A MetLife tem a diversidade, equidade e inclusão como alguns de seus pilares; tanto que temos um comitê afro para discutir e implementar soluções que possam contribuir com um mundo mais inclusivo. Ao patrocinar o Programa Já É, entendemos que chegamos mais perto de ajudar na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, o que muito nos orgulha. Além do aporte financeiro, poder oferecer mentorias para esses jovens é algo que irá transformar a forma como eles enxergam o mundo, após a universidade e estamos muito animados”, comenta Thais Catucci, gerente de comunicação interna, responsabilidade social e sustentabilidade da MetLife Brasil. 

O fato de que o racismo no ambiente escolar é um dos maiores obstáculos à equidade racial no Brasil foi a premissa a partir da qual o Fundo Baobá construiu esse edital, que se enquadra perfeitamente no seu propósito central de contribuir para o enfrentamento ao racismo promovendo justiça e equidade racial para a população negra. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apenas 25,2% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos cursam ou concluem a faculdade, mas quando os dados são desagregados por raça/cor fica ainda mais evidente a desigualdade: o percentual de jovens brancos que frequentam ou concluem o ensino superior (36,1%) é praticamente o dobro do percentual de jovens pretos ou pardos (18,3%) na faixa de 18 a 24 anos.  Entre os motivos dessa desigualdade está o fato de que o jovem negro é muitas vezes obrigado a interromper precocemente os estudos para ingressar no mercado de trabalho. 

Os frutos da primeira edição do projeto seguem aparecendo: cada lista de alunos aprovados nas universidades públicas e nas privadas tem trazido felicidade e satisfação, mostrando que a primeira edição do Programa está sendo positiva. Participantes do Já É conseguiram aprovação nas seguintes instituições: USP (Universidade de São Paulo), UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), FATEC (Faculdade de Tecnologia de São Paulo),  Faculdade Santa Marcelina e  Universidade Mackenzie.   

“A mudança de perspectiva que vai se desenhando para o futuro desses jovens e de suas famílias, pensando tanto no campo social, cultural, político ou econômico, constitui-se em um marco em suas vidas e um estímulo que lhes aproxima da aprovação nos vestibulares  e das oportunidades de mobilidade social, uma vez que, para a maioria da população negra a mobilidade é resultante do acesso ao ensino superior. A forma de estar no mundo, ler os cenários à sua volta e intervir, a possibilidade de inclusão no mercado de trabalho em posições de melhor qualificação e remuneração, tudo isso se torna menos distante com políticas que ampliam o acesso e a permanência de jovens nas universidades”, destaca Fernanda Lopes, diretora de Programa do Fundo Baobá. 

Toda(o)(e)s que participaram da primeira edição do  Programa Já É e que declararam interesse em continuar passaram por um novo processo de seleção que é caracterizado mais como um espaço onde poderão refletir sobre seus interesses, possibilidades e compromissos na nova etapa. As entrevistas foram conduzidas por profissionais de psicologia e pedagogia especializados na preparação de pessoas para concursos com a perspectiva de igualdade de gênero e raça. De março a dezembro, o grupo de alunos(as)(es) terá a frequência nas aulas e nas demais atividades continuamente acompanhadas. O descumprimento dos acordos poderá levar ao desligamento do Programa. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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