Foo Fighters: seguro cobre perdas decorrentes de cancelamento de shows, mas há exclusões

É praxe no mercado de seguros mundial que os prejuízos de cancelamento por "não aparecimento" da banda ou artista por uso de drogas ilícitas não terem cobertura aceitas por algumas seguradoras

A triste notícia da morte do baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, aos 50 anos, chocou o mundo. A informação foi divulgada nas redes sociais da banda na madrugada de sábado, 26. Ele estava em Bogotá, onde faria um show com a banda no festival Estéreo Picnic e seguiria para o Brasil para se apresentar no Lollapalooza Brasil, em São Paulo, no domingo, 27.

Segundo autoridades colombianas, o baterista consumiu drogas e remédios antes de morrer na noite de sexta-feira num hotel de Bogotá, Colômbia. “A análise toxicológica detetou até ao momento dez substâncias encontradas no corpo de Taylor Hawkins, incluindo THC (canábis), antidepressivos, benzodiazepinas e opiáceos”, anunciaram os investigadores colombianos.

É praxe no mercado de seguros mundial que os prejuízos de cancelamento por “não aparecimento” da banda ou artista por uso de drogas ilícitas não terem cobertura aceitas por algumas seguradoras. No entanto, é possível encontrar qualquer cobertura. Tudo vai depender do risco que representa e se a produtora estará disposta a pagar o preço determinado: quanto maior o risco, maior o custo.

A consultora especialista em seguros para eventos, Dulce Thompson, explicou ao blog Sonho Seguro como funciona o seguro de eventos, mas desconhece se a banda Foo Figghters tem seguro. “Para evitar prejuízos decorrentes do cancelamento de uma banda em um festival, o corretor de seguros deverá estudar qual será o impacto financeiro do cancelamento das bandas mais importantes do festival e de toda uma turnê”, diz ela. Para o patrocinador que está investindo sua imagem em um festival suas perdas são menores, pois sua imagem está associada a todo o evento e não a uma banda isoladamente.

Já para os produtores, explica Dulce, suas perdas financeiras dependerão dos contratados firmados com a banda que cancelar sua apresentação. Primeiro se serão ressarcidos ou não os cachês milionários já pagos. Segundo se contratarão ou não uma banda do mesmo porte e importância para substituí-los e assim pagar mais um cachê não previsto no orçamento segurado inicial.

Quanto aos ingressos, conforme a política da empresa que vende tickets e da produção, Dulce explica que não se sabe se o espectador poderá reaver ou não seu dinheiro de volta já que o grande e esperado show mais importante fora cancelado.

“Temos aí então alguns riscos que poderão ser segurados efetivamente através de uma apolice formatada e exclusiva que garantirá grande parte das perdas descritas acima. Os seguros de cancelamento são cirúrgicos e podem ser contratados de forma a garantir ao segurado uma indenização total ou parcial de seu prejuízo. Suas cláusulas podem ser alteradas e seus riscos mais importantes protegidos. Sendo assim, afirmamos que a saúde financeira de uma produtora de eventos depende da qualidade e conhecimento técnico de seu corretor de seguros”, informa a consultora.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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