Desafios na economia e trajetória positiva dos seguros são avaliados na nova Conjuntura CNseg

Procura por proteção dos seguros permaneceu elevada em janeiro

Fonte: CNseg

O comportamento da economia brasileira e o desempenho do setor de seguros nacional são os temas centrais da nova edição da Conjuntura CNseg nº 67, publicação da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg. A parte sobre a economia brasileira indica um quadro de grandes desafios para o País, ampliado com o conflito bélico na Ucrânia e seus impactos adversos na economia global. No plano doméstico, a inflação alta, juros básicos de dois dígitos e o ano eleitoral são fatores de atenção. Mesmo com esse cenário, a procura por proteção de seguros permaneceu elevada em janeiro, levando a receita do setor a avançar no período, assinala a Confederação.

A seção dedicada à conjuntura econômica destaca que a guerra provocou alta acentuada em commodities minerais e agrícolas – como petróleo, gás natural e trigo – e riscos maiores de gargalos nas cadeias produtivas globais, sobretudo com os novos surtos da Covid-19 na China, podem retardar o controle da alta da inflação mundial. 

Nesse sentido, o texto revisita estudo do Banco Mundial e lembra que, em 15 dos 34 países de economias avançadas, a inflação em 12 meses até dezembro de 2021 cresceu mais de 5%. “Um salto tão repentino e disseminado não visto há mais de 20 anos. Esse surto inflacionário tampouco se limita aos países ricos. Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento foram atingidos por uma onda semelhante, com 78 de 109 dessas nações, também enfrentando taxas de inflação anuais acima de 5%. Essa parcela (71%) é cerca de duas vezes maior do que era no final de 2020. A inflação, portanto, tornou-se um problema global – ou quase isso, já que na Ásia, ao menos por enquanto, os preços não estão subindo na mesma intensidade”, descreve o respectivo capítulo da edição 67 da Conjuntura CNseg.

O comportamento do setor segurador nacional permanece positivo em diversas métricas. A arrecadação de prêmios em janeiro, acima de R$ 26 bilhões (sem Saúde e DPVAT), foi 6,4% maior do que a movimentação do mesmo mês de 2021. Na ótica de 12 meses encerrados em janeiro, a taxa de crescimento foi ainda maior, na casa de dois dígitos, de 12,1%, assegurando, por nove meses seguidos, taxas acumuladas entre 11% e 14%. 

Esse desempenho tem relação direta com a procura de coberturas dos segmentos de Danos e Responsabilidade e de Pessoas, que tiveram comportamento similar e forte alta de, respectivamente, 15,5% e 11,4% nos 12 meses encerrados em janeiro deste ano, em relação ao mesmo período em 2021.  Na Capitalização, pela mesma métrica, a trajetória também foi positiva, com avanço de 6,6%.

Também tiveram forte aceleração as indenizações pagas aos consumidores, em função dos efeitos da Covid e de alterações climáticas, além do retorno à circulação dos automóveis e veículos leves de transportes urbanos. Em janeiro, foram mais de R$ 20 bilhões em sinistros, indenizações, benefícios, resgates e sorteios (sem Saúde e DPVAT), 54,7% acima do totalizado em janeiro de 2021. Só os sinistros de Danos e Responsabilidades (R$ 6,7 bilhões) avançaram 132,5% sobre o mesmo mês do ano anterior (R$ 2,9 bilhões).

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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