Persistência da alta dos preços continua no radar dos economistas neste início de ano, avalia CNseg

A inflação mais resiliente é um fenômeno global, especialmente nos EUA, onde estão mais evidentes as sinalizações de uma política monetária mais restritiva do que se esperava há poucos meses

As projeções para a inflação deste ano compiladas pelo Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 17, voltaram a subir. “Depois de uma semana com alguns sinais mistos nas projeções, que demonstram a dimensão da incerteza que a economia brasileira enfrentará em 2022, a alta vem na esteira da divulgação do IPCA de dezembro que, com variação de 0,73%, ficou um pouco acima do esperado, muito por conta de reajustes em vários preços depois das promoções da Black Friday, em novembro, o que fez a inflação oficial encerrar 2021 com 10,06%”, destaca Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, no boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg.

De acordo com o economista, ainda que, de fato, muitos choques tenham ocorrido e sejam responsáveis por grande parte da alta da inflação no ano passado, principalmente os preços dos combustíveis e da energia elétrica, a ideia de que a inflação pós-pandemia poderia ser apenas temporária vai sendo deixada de lado. No Brasil, os juros já subiram da mínima histórica de 2% para 9,25% e, segundo a mediana do Focus desta semana, deve continuar a subir até 11,75% ao longo de 2022. 

“Com o Banco Central fazendo “o que for preciso” para trazer a inflação de volta à meta, espera-se uma forte desinflação, mas com o IPCA ainda acima da meta (3,50%, com bandas de 1,5p.p.)”, avalia. A projeção para o IPCA nesta semana subiu de 5,03% para 5,09%, ligeiramente acima, portanto, do teto da meta. Para 2023, a projeção para o IPCA subiu de 3,36% para 3,40%. 

Simões ressalta, no entanto, que a inflação mais resiliente é um fenômeno global, especialmente nos EUA, onde as sinalizações de uma política monetária bem mais restritiva do que se esperava há poucos meses ficaram ainda mais evidentes após a divulgação da inflação ao consumidor do País, também na semana passada, que fechou 2021 em 7%, maior alta em quatro décadas. “Se o Fed também fizer “o que for preciso”, a economia mundial terá que lidar com um cenário de condições monetárias bem mais apertadas, com todas as conhecidas consequências negativas, especialmente para as economias emergentes, como o Brasil”, afirma. 

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal da CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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