Previdência privada: captação líquida tem alta de 315% em outubro, sobre 2020

Dados do levantamento mensal expõem a retomada gradativa do crescimento dos planos de previdência privada em 2021, impactados pela pandemia e as incertezas econômicas

O setor de previdência privada aberta obteve melhora significativa nos números, indicando a recuperação gradual do mercado, como comprova o último levantamento da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – Fenaprevi, referente a outubro de 2021. A leitura mensal informa que, somente em captação líquida foram arrecadados R$ 2,6 bilhões, crescimento de mais de 315% em relação ao mesmo mês de 2020. 

O saldo corresponde ao valor do montante bruto captado pelos planos de caráter previdenciário, de R$ 11,3 bilhões, menos os resgates efetuados no período, de R$ 8,7 bi. As duas cifras revelam avanço de 26,9% e 5,1% no mês, respectivamente, frente aos dados apresentados em outubro do ano anterior. 

Conforme explica Marcelo Picanço, diretor estatutário na Fenaprevi, a alta na captação líquida mostra um otimismo com a retomada econômica, que ocorre gradativamente no país e no mundo. “Apesar do cenário volátil, a expectativa é que esse tipo de investimento continue crescendo nos próximos períodos”. 

Resultado acumulado 

Na análise de janeiro a outubro também houve retomada da poupança de longo prazo. Os aportes somaram mais de R$ 112 bilhões, volume 15,2% maior. Já os resgates cresceram no período 25%, alcançando R$ 84,7 bi. A captação líquida, diferentemente da leitura mensal, registrou leve recuo, de 7,3%, fechando em R$ 27,3 bi nos dez meses. Todos os percentuais resultam da comparação com o mesmo recorte de 2020. 

Em termos de reservas, as provisões superaram R$ 1.040 trilhão, com aumento de 5,9% em relação ao ano prévio. 

“Os índices de 2021 indicam uma recuperação do que foi perdido em 2020. A tendência é que, de forma gradativa, as pessoas retomem seus investimentos, deixando de lado o foco nos percalços do presente e voltando a se preocupar com o futuro”, complementa Picanço. 

Dedução no IR 

A chegada ao último mês do ano motiva quem faz a declaração completa do Imposto de Renda a buscar os planos de previdência complementar, em especial o PGBL, ou a realizar aportes maiores em dezembro devido à possibilidade do diferimento fiscal de até 12% da renda bruta para a base de cálculo do IR. 

É importante, porém, ter atenção à data limite para o aporte (31 de dezembro) e, no caso de quem ainda não possui o plano, observar os prazos operacionais das empresas para não perder a oportunidade. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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