Lemonade compra Metromile por US$ 500 milhões

Ter uma insurtech com prejuízo comprando outra insurtech com prejuízo sinaliza novos movimentos de fusão e aquisição entre as bigs insurtechs

A união das duas mais relevantes insurtechs. A Lemonade comprou a Metromile em uma transação com todas as ações que implica um valor patrimonial de aproximadamente US$ 500 milhões, ou pouco mais de US$ 200 milhões líquidos em dinheiro.

Fundada em 2015, a Lemonade usa principalmente big data e IA para vender seguros para casa e animais de estimação. A Metromile, fundada em 2011, está em sua terceira geração de modelos de aprendizado de máquina que utilizam dados telemáticos para prever riscos. “Grande mudança para a Lemonade, que agora pode vender seguro auto baseado em telemetria nos 49 estados da nação. Um salto incrível que pode gerar muito crescimento. Além disso, eles ganham uma expertise corporativa no marketing da nova tecnologia de regulação de sinistros da Metromile no modelo SaaS”, comentou Samy Hazan, executivo especializado em seguros.

Metromile e Lemonade ainda estão gerando perdas a cada trimestre, pois a prioridade está no crescimento exponencial, natureza das startups, comenta Hazan. No primeiro semestre de 2021, o prejuízo combinado das duas foi de US$ 250 milhões. Na visão do executivo, ter uma insurtech com prejuízo comprando outra insurtech com prejuízo sinaliza novos movimentos de fusão e aquisição entre as bigs insurtechs.

Fábio Leme, executivo com longa carreira em seguros, comenta que a lógica do crescimento e da inovação suporta anos de prejuízo como parte do período de tração e comprovação do modelo inovador. “Mas não se pode perder pra sempre. Em algum momento a rentabilização é necessária. Estamos acompanhando e aprendendo”, comenta ele, que tem participado de alguns projetos de seguros com inteligência de dados no Brasil.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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