Inflação e juros podem ter um comportamento mais adequado em 2022

A alta mais suave da inflação permitirá também que os juros básicos, ainda que mantenham o viés de alta no próximo ano, avancem de forma mais lenta, se o Banco Central (BC) decidir buscar a meta em 2023, para evitar um desaquecimento ainda maior da economia em 2022

Fonte: CNseg

Apesar da trajetória de alta, Inflação e juros poderão ter um comportamento mais adequado no próximo ano.  A inflação, comparando-se ao exercício de 2021— previsão de alta de dois dígitos — poderá ter alguma desaceleração, fechando o próximo ano entre 8% e 9%, em vez de 10% ou 15%, como preveem as projeções mais pessimistas. As projeções econômicas de 2022 foram apresentadas por Luiz Roberto Cunha, professor de economia e decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-RJ, e Pedro Simões, economista da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, durante reunião do Comitê de Estudos de Mercado (CEM) da entidade, ocorrida em 25/11.

Segundo eles, a alta mais suave da inflação permitirá também que os juros básicos, ainda que mantenham o viés de alta no próximo ano, avancem de forma mais lenta, se o Banco Central (BC) decidir buscar a meta em 2023, para evitar um desaquecimento ainda maior da economia em 2022. O mercado financeiro projeta, desde novembro, a Selic em dois dígitos no próximo ano. A economia registra dois trimestres de queda medidos pelo IBC-Br, indicador do BC que mede a atividade econômica do País, algo atribuído em parte aos juros e inflação em alta neste ano.

Os economistas lembraram que, no plano externo, a notícia de arrefecimento da escassez de insumos e matérias-primas, fenômeno que afetou as cadeias produtivas de todo o mundo, é outra contribuição relevante para uma inflação mais bem comportada no País em 2022. Ainda assim, equilíbrio entre oferta e demanda de insumos, como chips, poderá levar dois anos para ser alcançado.

Já a realidade do abastecimento hídrico no País, que encareceu os preços da energia elétrica neste ano, deverá atenuar os impactos em 2022, devendo levar o governo a alterar, por volta de maio, a bandeira na conta de energia elétrica. Só essa troca de bandeira tarifária deverá fazer a variação mensal do IPCA ceder dois pontos percentuais, calcula Luiz Roberto Cunha. A escalada de preços dos fretes marítimos internacionais, um dos responsáveis por mais choques na economia global, acena com uma trégua no próximo ano. No plano político, como 2022 é um ano eleitoral, espera-se alguma volatidade nos indicadores.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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