O Estadão destaca em reportagem que finalmente chega ao Brasil a hipoteca reversa, que existe nos Estados Unidos desde os anos 60, e é comum na Inglaterra e na Ásia. Para o aposentado, é uma forma de ser reinserido no mercado consumidor. Para o governo, diz Elyseu Mardegan Jr, CEO da LendMe, uma das sete escolhidas pelo Banco Central para fazer parte do Sandbox, é uma maneira de injetar dinheiro e movimentar a economia, em um momento no qual o País enfrenta problemas de desemprego e queda da renda.
Aposentados, com mais de 67 anos e em dificuldades para pagar as contas com os dois ou três salários mínimos que recebem da Previdência, são o público-alvo com o qual a fintech LendMe e o Banco Central (BC) testarão o produto. Nesse tipo de crédito, o imóvel é dado em garantia, mas o usuário não paga prestações pelos recursos tomados. Ao contrário: ele pode receber uma mensalidade, como se fosse um complemento à aposentadoria, calculada sobre o valor do seu imóvel e sua expectativa de vida.
O proprietário do imóvel poderá hipotecar até 50% do valor da moradia e terá três opções: receber uma renda vitalícia (como se fosse um fundo de PGBL); pegar o montante total à vista ou ficar com um porcentual à vista e receber restante a cada mês. A condição é que a pessoa continue morando no imóvel, que é alienado em nome da fintech.
Após a morte do proprietário, a família pode ficar com o imóvel e fazer novo financiamento, ou a fintech pode vendê-lo e repassar parte do valor arrecadado aos herdeiros. Cálculos oficiais indicam que existem no País 5,7 milhões de casas ou apartamentos de pessoas acima de 60 anos cujos valores de mercado, somados, chegam a R$ 800 bilhões. São moradias avaliadas entre R$ 700 mil ou R$ 800 mil.