A semana começa novamente com grande volatilidade nos mercados. O economista Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, comenta algumas das razões em sua análise do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 4. “O dia foi bastante negativo nas bolsas da Ásia – com a suspensão da negociação das ações da chinesa Evergrande, cuja crise de endividamento sacudiu os mercados há duas semanas – que já enfrenta uma crise energética severa em sua maior economia, a China, com riscos de atingir também a Índia, segundo país mais populoso do mundo”.
Outra razão relevante no radar do mercado financeiro é que a crise energética também afeta a Europa, às vésperas do inverno, quando aumenta a demanda por energia. “O mau-humor dos mercados, que se reflete na valorização do dólar em todo mundo – e também por aqui, mesmo que o Real já esteja mais desvalorizado em relação ao dólar do que seus pares – também é reflexo do temor de que a economia global enfrente um período de inflação mais alta, associada a um crescimento bem mais baixo que o esperado no pós-pandemia”, analisa Simões.
Neste contexto de tanta incerteza, os analistas mantiveram estáveis suas projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano e no próximo, após várias semanas de revisões negativas. A projeção para o crescimento do PIB em 2021 permaneceu em 5,04%, enquanto a projeção mediana para 2022 ficou em 1,57%. As projeções para o ano que vem apresentam grande dispersão, com analistas projetando crescimento próximo a 3%, enquanto outros projetam crescimento próximo a zero. “Vale destacar que essas projeções de crescimento abaixo de 1% para o ano que vem podem ser consideradas pessimistas, já que, com hipóteses razoáveis para o PIB no terceiro e quarto trimestres deste ano, um crescimento da ordem de 0,5% em 2022 representaria crescimento de praticamente 0% ao longo do período”.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.