A projeção para o IPCA este ano deu mais um salto, de 8,35% para 8,45%, segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (27). Para o ano que vem, subiu de 4,10% para 4,12%. Certamente é um ponto de preocupação para o Brasil, incluindo os empresários que atuam no mercado segurador. O economista Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, cita em sua análise uma combinação de pressões altistas:
i) a inflação de serviços, como esperado, volta com a reabertura da economia, ainda mais em um contexto de custos em alta;
ii) nos preços de itens industrializados, por sua vez, os gargalos supracitados não têm permitido o arrefecimento que se esperava, considerando que já haviam aumentado acima da média durante o isolamento social por conta do deslocamento de gastos antes dedicados aos serviços;
iii) por fim, o forte impacto dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, que não apenas têm um peso significativo no índice por si só, mas também influenciam outros preços por representarem um custo para praticamente todas as atividades econômicas.
“Em relação à confiança na economia, quadro de agosto, que já não era tão favorável, se aprofundou nas prévias de setembro divulgadas até agora, com sinalização de queda dos índices de confiança, tanto o empresarial quanto o do consumidor, revelando empresas e consumidores mais cautelosos quanto a projetos de investimento e consumo nos próximos meses em meio à maior incerteza, e isso nunca é positivo para as decisões de consumo e investimento. Pesa também o cenário externo mais negativo, principalmente com as delicadas questões associadas ao modelo de crescimento chinês, evidenciadas, em muitos aspectos, no caso da gigante da incorporação imobiliária Evergrande”, comenta.
Nesse cenário, a projeção para o crescimento do PIB este ano permaneceu em 5,04%. No entanto, para o ano que vem, a projeção mediana caiu de 1,63% para 1,57%. A mediana das projeções para a taxa Selic manteve-se estável em 8,25% e 8,50% ao final de 2020 e 2021, respectivamente, após o Copom aumentar a taxa básica de juros em 1p.p., para 6,25%, como previsto.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.