MAG Seguros, SulAmérica e Sensedia debatem desafios do Open Insurance

“As seguradoras não vão mais ter a garantia da sua carteira de milhões de beneficiários. É preciso se reinventar”, diz Cristiano Bezerra, Gerente de Arquitetura Corporativa e Automação do Desenvolvimento da SulAmérica

Fonte: Sensedia

Na visão de Marcílio Oliveira, Chief of Growth da Sensedia, o open everything é um caminho sem volta para diversos mercados, e para o de seguros não é diferente. Segundo ele, a regulação do open insurance acelera esse movimento, mas não é o único motivador. O que está por trás de tudo é a possibilidade de promover a criação de um ecossistema de inovação aberta para melhorar a experiência dos usuários com os serviços de seguros. O novo conceito vai trazer mais transparência na relação entre cliente e seguradora, além de aumentar a concorrência do mercado. Os desafios e oportunidades que os negócios abertos trazem para as seguradoras foram pontos discutidos durante o APIX, principal evento de APIs das Américas que aconteceu entre os dias 1 e 3 de setembro. 

Durante o painel intitulado “O cenário de seguros e o futuro com o open insurance”, Luiz Queiroz, Head of Enteprise Architecture da MAG Seguros, valida a afirmação de Oliveira. Segundo ele, a MAG Seguros, que é uma empresa S3, vai aderir ao open insurance e quer ir além. “Por sermos um grupo que atua em outras frentes, como a financeira, por exemplo, temos a oportunidade de oferecer jornadas diferentes, cruzando o open banking com o open insurance e trazendo soluções mais personalizadas para os nossos clientes. Jornadas misturadas são muito promissoras e para isso estamos colocando os clientes no centro de tudo”. 

“As seguradoras não vão mais ter a garantia da sua carteira de milhões de beneficiários. É preciso se reinventar”, complementa Cristiano Bezerra, Gerente de Arquitetura Corporativa e Automação do Desenvolvimento da SulAmérica. A empresa é a maior seguradora independente do Brasil, com mais de 7 milhões de usuários, que vem se posicionando como uma empresa que quer entregar saúde integral para os seus clientes e vem trabalhando, com a ajuda da Sensedia. Na sua estratégia de inovação aberta e transformação digital com esse objetivo. 

Jornadas misturadas são a grande oportunidade

O cruzamento de jornadas no ambiente digital é uma das principais oportunidades do open insurance, que vão muito além da questão pura e simples do compartilhamento de dados. Com um ecossistema de parceiros integrados, o real valor para o negócio de seguros vai acontecer quando uma pessoa puder receber uma oferta de seguros no momento que ela compra um eletrodoméstico num grande varejista, por exemplo. “Estou curioso em relação à quantidade de ecossistemas que vão surgir em torno disso”, diz Queiroz, da MAG Seguros.

“O cliente vai chegar num ponto de compreender que se ele quer algo mais exclusivo, ele vai precisar compartilhar o dado dele. Só que em paralelo ele também vai passar a exigir um maior controle disso, mais clareza e transparência. E ele vai querer acompanhar isso na palma da mão, no celular dele. E isso abre um novo mercado com novos personagens, como agregadores de dados, que podem ou não trabalhar junto com seguradoras provendo novas soluções”, reforça Bezerra. 

O principal desafio agora é a digitalização de ponta a ponta e as APIs têm papel fundamental dentro da regulamentação para o open insurance, tanto nas questões de segurança, escalabilidade, formato de dados e experiência, e segundo Bezerra é “condição sine qua non que todos esses atores que vão participar do ecossistema de seguros”. 

De olho no pioneirismo brasileiro, outros países começam a se movimentar

A inovação aberta para as seguradoras já é uma realidade e o Brasil é o pioneiro no mundo na regulamentação do Open Insurance, que acontecerá em três fases, sendo que a primeira está prevista para acontecer em dezembro deste ano, e a segunda, e terceira etapas no decorrer de 2022. 

Mas empresas de outros países já estão olhando para essa oportunidade que o modelo de negócios abertos proporciona. É o caso da Nobloq, braço de inovação do Grupo Combiano Sura, principal player do mercado de seguros da América Latina (com exceção do Brasil), que vem se estruturando já há um tempo para surfar na onda do open insurance, e que durante a palestra do seu CEO, Federico Benitez, no APIX, contou sobre os desafios e aprendizados do grupo até o momento.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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