Ainda pela divulgação do desempenho do PIB no 2º trimestre e especulações sobre eventos públicos no feriado de 7 de setembro, os analistas consultados no relatório Focus fizeram ajustes também de valência negativa em suas projeções, com expectativas maiores para a inflação e para os juros e menores para o crescimento da economia, avalia Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras.
“A cada semana as projeções mostram que o país tem mais sinais de que a economia enfrentará diversos obstáculos até o próximo ano. Vemos uma crise hídrica agravada, que já impacta fortemente a inflação por via dos preços de alguns alimentos e pelas tarifas de energia elétrica, além de ter roubado pontos preciosos do crescimento da agropecuária, como ficou claro no PIB do segundo trimestre, divulgado na semana passada pelo IBGE”, avalia o economista da CNseg.
O PIB continua no patamar do fim de 2019, período pré-pandemia, e ainda está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014. O carregamento para o segundo semestre ainda garante um crescimento de 4,9% no ano, por isso as projeções permanecem acima de 5,0%. No entanto, após a divulgação desses dados, a mediana da projeção para o crescimento do PIB este ano caiu de 5,22% para 5,15%. Para o ano que vem caiu para abaixo dos 2,0%, ficando em 1,93%, uma taxa muito modesta.
Como o boletim antecipou na semana passada, a projeção mediana para a Selic ao final deste ano subiu de 7,50% para 7,63%. Para o final do ano que vem, a mediana avançou de 7,50% para 7,75%. “Isso indica a aposta do mercado de que os juros continuarão a subir ao longo de 2022”, diz Simões.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.