Nova edição da Conjuntura CNseg avalia quadro macroeconômico de grande complexidade

Fonte: CNseg

A trajetória ambígua dos vetores que movimentam a economia e o comportamento do setor de seguros no atual ambiente desafiador são os destaques da nova edição da Conjuntura CNseg nº 51, publicação da Confederação Nacional de Seguros. 

Na parte dedicada à conjuntura, observa-se que, depois de um primeiro semestre um pouco melhor que o esperado, há desafios para determinar o comportamento futuro da economia, porque os impactos excepcionais decorrentes da pandemia nas variáveis econômicas têm dificultado os exercícios estatísticos de retirada de fatores sazonais e provocam revisões significativas dos indicadores a cada divulgação. Isso, a exemplo do que ocorreu recentemente com o IBC-Br, indicador de atividades mensal do Banco Central.

Entre os vetores capazes de influenciar o ritmo da economia, figura a oferta de imunizantes para as vacinas. Entende-se que a aceleração da vacinação contra a Covid-19, ainda que os números não sejam ideais, abrandam as restrições às atividades econômicas e alimentam o otimismo do empresariado, assegurando novos investimentos e recuperação – apesar de lenta – do mercado de trabalho. 

Esse comportamento animador da confiança, adverte a análise sobre a economia, pode ser afetado na sequência, dado o avanço da variante Delta da Covid-19 e de seu ritmo de contaminação mais acelerado. Apesar dessa ameaça, a probabilidade de novas medidas de bloqueio é pequena, tendo em vista a melhoria da capacidade hospitalar, a falta de ambiente para imposição de restrições mais duras e o esgotamento social com o isolamento.

Há outros fatores de preocupação para a retomada mais efetiva. O risco fiscal, de volta ao radar dos analistas, pode amedrontar os investidores. A fraqueza fiscal afeta sobretudo o câmbio, tornando-o mais volátil e com viés de alta, e contamina a inflação. Este quadro obriga o Copom a ajustar para mais a taxa básica de juros, que este ano pode superar a casa de 8%, anualizado. A política monetária contracionista, por fim, pode ser um fator limitador do potencial de crescimento e manter a taxa de desemprego ainda muito alta.

Apesar da complexidade no plano macroeconômico, o setor de seguros apresenta uma performance bastante positiva no ano, acrescenta a análise publicada na nova Conjuntura. Todos os segmentos apresentaram variação positiva no semestre do ano. O de Danos e Responsabilidades apresentou crescimento de 15,4%; Cobertura de Pessoas, de 23,7%; Capitalização, 8,4%, quando comparados com o primeiro semestre de 2020.

O setor movimentou, em junho, R$ 27,7 bilhões em prêmios de seguros, contribuições de planos de previdência e faturamento de capitalização, sem considerar Saúde Suplementar e DPVAT, um crescimento de 18,8% sobre o mesmo mês do ano anterior. No primeiro semestre de 2021, a arrecadação total do setor ultrapassou R$ 145 bilhões, avançando 19,8% sobre o mesmo período do ano anterior – maior crescimento no primeiro semestre dos últimos cinco anos. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS