Austral Re oferta capacidade para seguradoras entrarem no segmento de seguro cibernético para PMEs

Resseguradora espera dobrar  faturamento deste ano; Tokio Marine já é uma das clientes

A Austral Re quer ampliar sua atuação no segmento de seguros cibernéticos para pequenas e médias empresas (PMEs). O grande fluxo de transação digitais, as atividades de home office e o medo de ataques e falhas nos sistemas têm feito do seguro cyber um destaque em contratações. Em 2019, o faturamento do seguro cyber chegou a R$ 100 mil em prêmios. Agora a expectativa da companhia é fechar 2021 com movimento de R$ 1,2 milhão. A proposta é ter um modelo de produto massificado, pulverizado no mercado, a exemplo do que já ocorre em outros países do mundo.

“Inovamos ao organizar um questionário focado, com apenas seis perguntas pontuais, que nos ajudam a entender e dimensionar os riscos. É voltado para empresas com faturamento de até R$ 100 milhões”, explica a head de P&C Treaty da companhia, Maria Victoria Bárbara. Segundo ela, depois de muitas pesquisas sobre o que é negociado no exterior, sobretudo no mercado inglês, o clausulado trouxe as coberturas obrigatórias, como as de responsabilidade pela segurança de dados, e também atividades para prevenção aos ataques. “Temos um contrato que oferece um antivírus, que é caro e muitas vezes não é devidamente adquirido pelas PMEs. No dia a dia, o administrador acabava tendo outras preocupações, mas sua rede precisa estar protegida para evitar ataques e vazamentos de dados. Isso passou a ser urgente”, explica Maria Victoria.

O produto oferece aos segurados atendimento com advogados especialistas em crimes cibernéticos, a partir de uma parceria da Austral Re com a Crawford Reguladora de Sinistros. Esse é outro diferencial para esse tipo de empresa que, em caso de ataque virtual, não pode perder tempo na resolução dos danos causados e tem acesso a um profissional que conhece questões como a Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) e o funcionamento do mercado segurador. 

Entre as seguradoras do mercado, a Tokio Marine já oferece o seguro desenvolvido pela Austral Re. “Vemos uma tendência por aumento de demanda nos portfólios das empresas. Lançar um novo produto é algo complexo, que exige investimentos financeiros e de tecnologia. Como resseguradora, a ideia é justamente oferecer esse conhecimento às empresas do setor e, ao mesmo tempo, ampliar nossa participação nas operações de resseguros, dando suporte a essa estrutura de negócios”, explica. 

O mercado brasileiro de seguro contra riscos cibernéticos movimentou R$ 41 milhões em prêmios no primeiro semestre de 2021.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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