Susep abre novo sandbox para até 15 empresas

Entre as novidades estão os seguros de fiança locatícia, marcando a autorização da entrada do sandbox no grupo financeiro. Também vai ampliar para o seguro de responsabilidade civil ligado a produtos de mobilidade urbana, como automóveis e bicicletas

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) publica hoje o edital de seleção para a segunda turma do “sandbox” regulatório, e as inscrições ficarão abertas de 30 de agosto até 9 de setembro. Serão selecionadas até 15 empresas, que terão a possibilidade de inovar no mercado sem amarras da regulação. As novas regras foram flexibilizadas com relação à primeira turma, com a entrada de mais ramos, como seguro agrícola e fiança locatícia. A divulgação dos projetos selecionados está prevista para o fim de outubro. As empresas selecionadas terão autorização para atuar no sandbox por três anos, por isso os produtos oferecidos pelas seguradoras não poderão ser os de mais longo prazo, conhecidos como ‘cauda longa’, e sim os mais simples e curtos.

Segundo noticia o Valor, a Susep deu mais um passo para a experimentação de novos produtos. “Queremos ampliar para outros segmentos o potencial de inovação que observamos na primeira rodada, como no mercado de smartphones e automóveis”, diz o diretor da Susep, Rafael Scherre. 

Entre as novidades estão os seguros de fiança locatícia, marcando a autorização da entrada do sandbox no grupo financeiro. Também vai ampliar para o seguro de responsabilidade civil ligado a produtos de mobilidade urbana, como automóveis e bicicletas. O seguro agrícola será válido para safras de ciclos produtivos de até seis meses, e também passam a valer seguros para viagens domésticas. “Tem muito espaço para inovação e muita gente interessada nestes mercados, como vimos na consulta pública”, afirma Scherre.

Por causa da flexibilização do edital, a Susep vai permitir que empresas que foram selecionadas na primeira turma candidatem-se para essa nova rodada. Na consulta pública sobre o assunto, o regulador havia sugerido como obrigatória a adesão ao projeto de open insurance, cujas regras foram divulgadas na semana passada. Mas depois avaliou que deveria ser algo voluntário. Os projetos que estiverem prontos para o sistema aberto de seguros terão uma pontuação elevada, figurando a adesão apenas como uma espécie de recomendação.

Leia a íntegra da matéria da jornalista Juliana Schincariol no portal do Valor, aberto para assinantes.

Abaixo, o release da Susep

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) aprovou, na quinta-feira, 22 de julho, a circular e o edital da segunda edição do Sandbox Regulatório, o projeto de inovação para o setor de seguros do Brasil. A Resolução CNSP sobre o tema também foi aprovada em reunião do Conselho Diretor da Superintendência, no dia 20 de julho.  

A Autarquia receberá propostas de projetos inovadores e tecnológicos, focados na experiência do consumidor, até o dia 09 de setembro. Desta vez, serão selecionados até 15 projetos

A primeira edição do Sandbox selecionou 11 projetos inovadores, dos quais quatro já estão em operação. Diversos resultados já podem ser percebidos, como a oferta de novos produtos e coberturas, contratação e cancelamento simplificados, aplicação de inteligência artificial na regulação de sinistros e pagamento de indenização, além de jornadas totalmente digitais e contratos com linguagem fácil para o consumidor.   

O foco do Sandbox é facilitar a inovação e experimentar novos produtos. Nessa edição foram ampliados os produtos que podem ser testados pelas empresas de tecnologia. Destaque para a ampliação dos seguros patrimoniais – como a inclusão do compreensivo empresarial – e a possibilidade de coberturas de responsabilidade civil objetiva com foco em bens de mobilidade urbana – auto, bicicletas, patinetes e similares.  

Seguros de fiança locatícia e agrícola, segmentos com oportunidades de inovação e ampliação da concorrência, também são novidades da segunda rodada. Segundo o diretor da Susep Eduardo Fraga, “as linhas de negócio e limites de subscrição foram ampliados e simplificados. Queremos trazer inovação também para esses mercados, assim como fizemos com os segmentos da primeira rodada”. 

Sandbox também serve como experimentação para o regulador simplificar suas regras. Além da nova plataforma tecnológica para recebimento de dados do mercado, a flexibilização do limite de cessão de prêmios em resseguro é um marco importante. Segundo o diretor Rafael Scherre, “o aumento do limite para cessão em resseguro aproxima a regulação do Brasil às melhores práticas internacionais e serve como experimento que pode ser estendido a todo o mercado, cumprindo um dos objetivos do Sandbox Regulatório, conforme art. 11 da Lei Complementar nº 182/2021”. 

A expectativa da Susep é receber projetos cada vez mais inovadores e que atendam às diferentes demandas da população, cujo perfil de consumo tem mudado de forma mais rápida com o advento da pandemia. “O novo perfil do consumidor demanda a flexibilização de produtos e uma regulação de sinistros muito mais rápida. A conveniência do consumidor vai fazer com que mais pessoas adquiram o produto, o que aumenta a penetração do mercado”, afirma Andrés Côrtes, gestor do projeto estratégico do Sandbox Regulatório na Susep. 

Além disso, um ponto importante do novo edital é o estímulo para que as empresas já preparem sua operação para o ecossistema Open Insurance. Segundo o diretor Eduardo Fraga, “as insurtechs já têm vocação para trabalhar em um ambiente tecnologicamente integrado. Os consumidores gostam de interação mais livre e flexível, na qual estão mais empoderados. As empresas que quiserem trabalhar nesse ecossistema devem estar bem conectadas com o ambiente Open”. 

A Resolução CNSP nº 417, a Circular Susep nº 636 e o Edital de Participação no Sandbox entrarão em vigor no dia 02 de agosto.  

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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