Os analistas consultados no relatório Focus desta semana mantiveram praticamente estáveis suas projeções para o crescimento da economia brasileira. A projeção mediana para o crescimento este ano subiu marginalmente de 5,26% para 5,27% enquanto para o ano que vem o aumento, também marginal, foi de 2,09% para 2,10%. “A estabilização do PIB vem um ambiente que mistura, de um lado, certa empolgação defasada com uma recuperação mais rápida que o esperado após o choque inicial da pandemia e o avanço da vacinação e, de outro, crescente incerteza em relação aos rumos da economia mundial e brasileira no ano que vem com temores em relação ao surgimento e disseminação de novas variantes do coronavírus”, destaca Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras.
O economista da CNseg avalia que a empolgação do mercado é uma página que está sendo virada. “EUA não têm garantias de que o mercado de trabalho voltará a sua exuberância anterior tão cedo. Apesar da oferta de vagas, as pessoas não voltam ao emprego, acomodadas em suas poupanças e nos benefícios generosos do governo. Na China, vai ficando mais claro que o motor do crescimento vai se deslocando do segmento industrial para o de tecnologia, no qual as relações com o governo local são mais complexas. Mundialmente, todos estão preocupados com a inflação. No Brasil, a essa nova onda de incerteza na economia mundial se soma o cenário político interno, cada vez mais complicado de ler – e prever. Até mesmo a reforma tributária que era algo que poderia contar a favor, parece estar causando mais volatilidade”, comenta o economista.
No meio tempo, a alta da inflação adiciona deterioração ao cenário, que pode ser agravado com a crise hídrica. A projeção para o IPCA em 2021 subiu pela 15ª semana consecutiva, de 6,11% para 6,31%.
Leia a íntegra do Boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas produzido pela CNseg