Pandemia arranha reputação do mercado segurador mundial, segundo pesquisa da GlobalData

Crise coloca ainda mais pressão à indústria para responder a questões consideradas prioritárias nas próximas décadas, segundo Moody's

Uma sondagem recente da GlobalData, empresa britânica de análise e dados, mostra um declínio na reputação da indústria seguradora a nível mundial, em grande parte como resultado da resposta que os seguros deram à pandemia da Covid-19. De acordo com os resultados do estudo, um terço dos inquiridos considera que as suas opiniões sobre as seguradoras globais se tinham agravado substancialmente devido à pandemia. Globalmente, um total de 41% sentiu que a reputação das seguradoras piorou, enquanto 31% indicou melhoria. “A pandemia tem sido, sem dúvida, uma situação extremamente difícil para as seguradoras. As reclamações em algumas linhas dispararam e muitas linhas tornaram-se difíceis de segurar”, considera Ben Carey-Evans, analista de seguros na GlobalData. “A confiança dos consumidores sempre foi uma questão-chave para as seguradoras. Por conseguinte, não se podem dar ao luxo de permitir mais danos à sua reputação”, acrescentou Carey-Evans.

No Brasil, onde todos os esforços estão na conquista de clientes, os níveis de reclamações estão em patamares baixos e a disposição em atender as necessidades do consumidor em alta. Vamos ver se agora, com tamanha concorrência com a entrada de novos players, o setor realmente avança em número de clientes e penetração per capita de seguros. O jogo está dado. Só falta o governo colocar a política nos trilhos e assim conduzir a economia de forma próspera.

Uma análise da agência Moody’s revela que a pandemia de Covid-19 alterou a perceção que os consumidores (individuais e empresas) têm das seguradoras, colocando ainda mais pressão à indústria para responder a questões consideradas prioritárias nas próximas décadas. A recente disputa entre seguradoras e os segurados sobre lucros cessantes (BI-Business Interruption) relacionada com a Covid-19 realçou o desencontro, colocando o desempenho de muitas seguradoras aquém da expectativa dos seus clientes, traz o portal português ECO. A agencia espera que as seguradoras da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) se concentrem na inovação de produtos e na proteção contra riscos tais como cibercrime, alterações climáticas e pandemia. Um dos desafios apontados pelos analistas da Moody’s Investors Service é como satisfazer a procura de proteção contra riscos que se tornam mais difíceis de segurar, reduzindo ao mesmo tempo a lacuna de proteção (protection gap) existente entre o risco total e o risco segurado.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS