Lucro líquido do mercado de seguros recua para R$ 3,1 bilhões no primeiro quadrimestre de 2021

A boa notícia para os acionistas é que as vendas voltaram a crescer a partir de março e taxa Selic entrou num ciclo de alta

O lucro líquido do mercado segurador recuou quase 40%, de R$ 5 bilhões de janeiro a abril de 2020 para R$ 3,1 bilhões no mesmo período deste ano, segundo dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) analisados pela consultoria Siscorp. A Bradesco Seguros, que lidera o ranking há décadas, é a principal responsável pela queda do ganho do setor, mas foi acompanhada em menor escala pelas cinco maiores.

O grupo Bradesco saiu do bilhão de reais para milhão. No primeiro quadrimestre, o lucro líquido recuou de R$ 1,52 bilhão para R$ 838 milhões, segundo dados oficiais reportados ao órgão regulador. A ganho da Caixa registrou queda de R$ 771 milhões para R$ 673 milhões. O mesmo aconteceu com Banco do Brasil, passando de R$ 659 milhões para R$ 618 milhões. Porto Seguro recuou de R$ 406 milhões para R$ 275 milhões no primeiro quadrimestre deste ano.

São diversas as razões para um ganho menor. Algumas companhias registraram efeitos extraordinários como compra e venda de carteiras. Outras tiveram maiores perdas com pandemia, como alta no volume de indenizações de seguros de vida, diante das mais de 460 mil mortes registradas no Brasil por Covid-19. O risco pandemia não estava previsto em boa parte dos contratos, mas foi acordado que as seguradoras pagariam indenizações até mesmo para evitar uma judicialização em torno do assunto, uma vez que a morte poderia ser declarada por Covid-19 ou por outro motivo qualquer, como insuficiência respiratória, falências de órgãos entre outros.

A queda nas vendas neste período analisado também prejudicou o lucro, uma vez que .reduziu o volume de recursos aplicados no mercado financeiro. Depois de seis anos no mais baixo patamar já visto no Brasil, de 2,5% ano, em marco deste ano o governo elevou a Selic para 2,75%. A boa notícia para os acionistas é que as vendas voltaram a crescer a partir de março e a taxa Selic entrou num ciclo de alta. Claro que o ganho com os avanços proporcionados pela tecnologia, como maior capilaridade de vendas e redução de custos administrativos ajudou bastante elevar a eficiência operacional.

Com a expectativa de alta da taxa básica de juros para este ano, a projeção das companhias é recuperar o lucro até o final de 2021. Segundo o boletim Focus, divulgado ontem, dia 7, a projeto da Selic é de 5,75% ao ano para o fim de 2021 e 6,5% ao ano no de 2022. Algumas companhias registraram perdas com aplicações financeiras.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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