AXA e Allianz lideram ranking de melhor desempenho em aspectos de ESG; seguradoras dos EUA obtêm piores classificações

"As seguradoras estão melhor posicionadas do que qualquer outro tipo de instituição financeira para exercer pressão sobre as empresas insustentáveis, já que elas não podem operar sem seguro”, disse Felix Nagrawala, um dos autores do relatório, em comunicado.

Fonte: Bloomberg e blog Sonho Seguro

A francesa Axa foi classificada em primeiro lugar, seguida pela alemã Allianz, estão entre as seguradoras com os melhores desempenhos nas áreas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), de acordo com um relatório da organização sem fins lucrativos ShareAction. Nenhuma das 70 seguradoras, que supervisionam um total de US$ 22 trilhões em ativos, recebeu a nota máxima pela ShareAction, que disse que as políticas e práticas ESG no setor de seguros estão aquém das adotadas em outros setores financeiros.

As empresas americanas American International Group, Nationwide Mutual Insurance e Genworth Financial estão juntamente com as chinesas Ping An Insurance Group e People’s Insurance Company (Group) of China, receberam as pontuações mais baixas da ShareAction nas questões de governança, mudança climática, biodiversidade e direitos humanos.

Com o mundo enfrentando um aumento das temperaturas e um rápido declínio da biodiversidade, as seguradoras podem desempenhar um papel importante na avaliação e gerenciamento de riscos e também podem contribuir para a prevenção deles. Ainda assim, na maioria dos casos, a ShareAction descobriu que as empresas não estão fazendo o suficiente para resolver esses problemas.

“As seguradoras estão melhor posicionadas do que qualquer outro tipo de instituição financeira para exercer pressão sobre as empresas insustentáveis, já que elas não podem operar sem seguro”, disse Felix Nagrawala, um dos autores do relatório, em comunicado. “Mas estão falhando em usar essa influência. Apesar da suposta experiência do setor em gestão de risco, as seguradoras continuam a ignorar os riscos sistêmicos da mudança climática e da perda de biodiversidade.”

No geral, há muito mais coisas que as seguradoras podem fazer. O relatório constatou que cerca de 15% das avaliadas têm políticas para restringir o uso de fontes com grande nível de carbono, como areia betuminosa, óleo de xisto ou extração de óleo do Ártico, enquanto nenhuma estabeleceu metas de biodiversidade, como o desmatamento.

Apenas 13% têm políticas que excluem investimentos em empresas que violam conscientemente os direitos humanos e trabalhistas e 17% têm um conselho com experiência em sustentabilidade. Ainda assim, quando quiserem, as seguradoras podem causar um grande impacto sobre essas questões. Por exemplo, a Axa está deixando de atender a gigante de energia alemã RWE porque as operações com carvão da concessionária são muito grandes e a empresa está se movendo muito lentamente para reduzir os seu rastro de carbono, disseram pessoas familiarizadas com o assunto em março.

Veja o ranking publicado pela ShareAction:

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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