Anglo American perde mais uma etapa em disputa que já passa de R$ 1 milhão contra a Chubb

Seguradora foi defendida pelos escritórios F.Torres e Sergio Bermudes, em ação referente a desmoronamento de porto no Amapá. Só resta à mineradora recurso especial ao STJ

Fonte: D.Torres Advogados

A Anglo American perdeu mais uma etapa no julgamento contra a seguradora Chubb em ação referente ao desmoronamento de uma parte do Porto de Santana, no Amapá, há oito anos. Na quarta-feira (2), a 13ª Câmara Cível do Rio de Janeiro rejeitou, por unanimidade (três votos a zero), os embargos de declaração propostos pela Anglo contra o acórdão que determinou a ausência de cobertura no desastre, que provocou a morte de seis pessoas. Resta à mineradora tentar um último recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com poucas chances de êxito, servindo apenas para prorrogar o processo.

“Esta nova decisão confirma o entendimento do Tribunal de Justiça do Rio, e mais uma vez de forma unânime, de que houve negligência grave e o agravamento intencional de risco, com objetivo de auferir mais lucros”, afirma um dos advogados da seguradora, Fábio Torres, fundador e sócio-administrador do F.Torres Advogados. O escritório – que tem 20 anos de atuação e oferece assessoria e consultoria jurídica direcionada para o mercado de seguros e resseguros – defende a causa ao lado da equipe de Sérgio Bermudes. 

A disputa é uma das maiores do mercado segurador do Brasil. O valor de indenização inicialmente pretendido somava R$ 360 milhões, mas pode chegar a R$ 1,2 bilhão, em valores corrigidos. A decisão do Tribunal de Justiça confirma o entendimento de que o acidente ocorreu por negligência grave da Anglo, tendo sido ela a causadora do acidente, da perda do Porto e, consequentemente, das seis mortes. 

O desmoronamento de um barranco em um cais flutuante no porto, na madrugada de 28 de março de 2013 provocou a morte de seis pessoas e o despejo de minério no Rio Amazonas. Na época, o risco estava coberto pela Itaú Seguros, que negou a indenização, argumentando ter havido negligência da mineradora na armazenagem do minério. A seguradora entrou com uma ação declaratória negativa, pedindo que a Justiça respaldasse sua decisão de não pagar o sinistro, enquanto a Anglo iniciou processo exigindo o pagamento.  No ano seguinte, a Itaú vendeu sua carteira de grandes riscos à seguradora Ace (hoje Chubb), que deu continuidade à disputa judicial.

No ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio já tinha dado ganho de causa à seguradora Chubb, por três votos a zero, ao julgar, em segunda instância, a ação movida pela Anglo American referente ao acidente. A ação já havia sido julgada improcedente em primeira instância, dois anos antes, e o novo julgamento aconteceu no dia 25 de novembro de 2020. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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