Setor segurador encerra primeiro trimestre com alta de 10,3%, para R$ 71,2 bilhões

Arrecadação ainda é 3,6% inferior ao trimestre pré-pandemia (4ºT2019)

 A arrecadação do setor segurador expandiu 10,3% no primeiro trimestre do ano se comparado com o mesmo período de 2020, totalizando R$ 71,2 bilhões, sem saúde e sem DPVAT. O resultado foi influenciado pela forte demanda do segmento de Danos e Responsabilidades, com alta de 12,8% (na comparação dos trimestres), e de Vida e Previdência, com incremento de 10,2%. A Capitalização cresceu 3,3% no comparativo dos primeiros trimestres de 2020 e 2021. Os dados constam da nova edição da Conjuntura CNseg (nº 43), publicação da Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg. As provisões técnicas somaram R$ 1,206 trilhão em março, 8,9% acima do mesmo mês do ano passado.

O desempenho do primeiro trimestre do ano, embora importante, permanece abaixo do registrado no quarto trimestre de 2020 (-6,2%) e do mesmo trimestre de 2019 (-3,5%), este último antes da pandemia do novo coronavírus. “A despeito dessa recuperação, o setor de seguros ainda não conseguiu obter o mesmo resultado do trimestre antecedente, o último de 2020, estando R$ 4,7 bilhões (6,2%) distante dele. O mesmo se observa na comparação com o último trimestre pré-pandemia do Coronavírus – o 4º trimestre de 2019, desta vez a distância sendo menor, de R$ 2,6 bilhões (3,5%)”, escreve o Presidente da CNseg, Marcio Coriolano, no editorial da Conjuntura 43.

Segundo ele, o desempenho acumulado até março, porém, fez o setor manter a dianteira de crescimento sobre outros setores da economia – com exceção do agronegócio -, ratificando o acerto da guinada digital das seguradoras em resposta às restrições à mobilidade da população, que se repete neste ano em virtude do agravamento da pandemia. “O pano de fundo dessa demanda é a crescente preferência da população pela proteção contra riscos, o aumento da confiança de empresas e famílias nas seguradoras, o avanço tecnológico que permite velocidade da inovação em produtos e serviços e a ampliação da concorrência intrassetorial”, assinala Marcio Coriolano.

A evolução de prêmios no primeiro trimestre repete a heterogeneidade entre ramos e modalidades de seguros, em razão dos efeitos diversos da crise epidemiológica e econômica sobre as preferências dos clientes e consumidores dos diferentes produtos e serviços, constata o Presidente da CNseg.

Marcio Coriolano explica que “na ótica de 12 meses móveis, que é a melhor medida tendencial, a exclusão do mês de fevereiro de 2020 e concomitante inclusão do mês de março daquele ano na base de comparação traz um efeito estatístico de sinal positivo, já que este último mês foi de baixa arrecadação (o primeiro a ser atingido pela pandemia), levando agora a crescimento setorial de 2,0% (0,1% em fevereiro e 0,3% em janeiro)”.

Na margem (mês contra mês anterior), o comportamento do setor também foi positivo: alta de 12% em março sobre fevereiro (sem saúde e sem DPVAT), depois da queda de 10,1% em fevereiro contra janeiro. Em março (R$ 24,7 bilhões de prêmios), os ramos que cresceram acima de dois dígitos foram o Rural, com 96,6%, Marítimos e Aeronáuticos, com 66,8%, Crédito e Garantias, com 21,6%, seguidos de Transportes (15,1%), Automóveis (14,1%), Planos de Vida-Risco (12,7%) e Planos Previdenciários de Acumulação (11,3%). Capitalização evoluiu com 9,4%.

Na comparação entre março e o mesmo mês do ano passado, que ameniza sazonalidades, o progresso foi significativo, também na casa dos dois dígitos (23,4%), assinala o editorial. Destacaram se ramos de maior densidade setorial em arrecadação absoluta, como Plano de Acumulação VGBL com crescimento de 48,9%; Planos de Vida-Risco, 10,4%; Automóvel, 5,8%; Patrimonial, 6,6%; Rural: 42,1%; e Transportes, 31,5%.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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