Pesquisa mostra aumento da expectativa para o uso da telemedicina até o final de 2021

Na América Latina, uma parcela das seguradoras acredita que 75% ou mais dos segurados vão passar a utilizar o serviço virtual

FONTE: Willis

A pandemia direcionou os holofotes para a telemedicina e agora ela chegou para ficar em muitos países. Aqui no Brasil, a lei que autoriza o uso provisório desse tipo atendimento acaba de completar um ano. A pesquisa “2021 Global Medical Trends”, realizada pela Willis Towers Watson com 287 seguradoras em 27 países, revela algumas perspectivas e dados de implementação desta modalidade no mundo.

Globalmente, 50% das seguradoras oferecem o atendimento por telemedicina em todos os planos. A Europa é a região onde a telemedicina é mais comum, sendo oferecida por quase 60% das seguradoras. Em seguida, temos o Oriente Médio e a África (49%), a América Latina (46%) e a Ásia Pacífico (31% em todos os planos; 36% em planos seletivos).

O atendimento médico primário por clínico geral é oferecido por 90% das seguradoras globalmente. Outros serviços cobertos são a prescrição de medicamentos, consulta com médico especialista e atendimentos relacionados à saúde mental. Na América Latina, mais de dois terços das seguradoras (68%) indicaram que menos de 10% dos segurados usavam a telemedicina para atendimento médico primário antes da COVID-19. Metade das seguradoras informou que, atualmente, 10% a 19% dos segurados realizam consultas com clínico geral via telemedicina. Até o final de 2021, 22% das seguradoras esperam que 20% a 29% dos segurados usem a telemedicina para estas consultas e 10% das seguradoras esperam que 75% ou mais utilizem o serviço.

Segundo a diretora de gestão de saúde da Willis Towers Watson, Walderez Fogarolli, a pandemia tem ajudado a acelerar a implementação da telemedicina em muitos países. No Brasil, por exemplo, onde seguradoras e hospitais já vinham desenvolvendo capacitação e se preparando há algum tempo, a telemedicina foi regulamentada provisoriamente, enquanto vigorar a pandemia. “Essa modalidade pode ser usada como ferramenta para triagem e encaminhamento ao atendimento médico apropriado, facilitando o acesso e diminuindo o tempo de espera e o risco para alguns pacientes”, explica.

Mesmo com a adoção mais ampla da telemedicina, alguns países têm restrições em relação aos serviços que são legalmente autorizados a serem prestados de forma virtual. As restrições podem ser observadas nos serviços de atendimento médico primário por clínico geral, prescrição de medicamentos, consultas com médicos especialistas e serviços relacionados à saúde mental. 

“O serviço de prescrição de medicamentos é, geralmente, o mais sujeito a restrições. Alguns países não permitem qualquer prescrição de medicamentos de forma virtual, enquanto outros limitam a prescrição de certos medicamentos, como narcóticos. A lista de países com restrições para prescrição de medicamentos inclui Brasil, Holanda, Espanha, Suíça, Índia, Indonésia, Japão, Filipinas e Taiwan”, afirma Fogarolli. 

E, finalmente, quando se trata de serviços de saúde mental, pode haver restrições às enfermidades que podem ser tratadas via telemedicina. A legislação relacionada à telemedicina está em plena mutação no momento, por isso é importante manter-se atualizado sobre o que acontece ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, as empresas devem buscar maneiras de garantir que a telemedicina seja incorporada aos programas de saúde existentes e que não se ofereçam serviços duplicados.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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