Liberty Seguros doará R$ 1 milhão em projeto para combate à fome e pandemia no Brasil

Grupo americano aposta no Brasil e quer fazer parte da solução dos problemas que impedem o país de crescer

ATUALIZADA DIA 13, às 18:04, para esclarecer melhor os dados sobre as doações

Cinco anos crescendo acima do mercado, dinheiro em caixa e o desejo sincero de ajudar o Brasil a superar seus problemas sociais agravados pela pandemia e tensão política, o que dificulta a volta do país ao crescimento. “Queremos ser parte da solução do problema”, afirma a nova CEO da Liberty Seguros, Patricia Chacon, ao anunciar a doação de R$ 1 milhão para ajudar no combate à fome no Brasil e também a contenção da pandemia da Covid-19.

Para o combate à fome, serão doados R$ 500 mil à campanha BRASIL SEM FOME da ONG Ação da Cidadania. Além disso, a Liberty criou um crowdfunding que ficará disponível para todos que quiserem doar até dia 21 de maio. Para o #unidospelavacina serão doados outros R$ 500 mil, sendo convertidos em insumos para viabilizar a vacinação no país. Trata-se de um movimento empresarial Unidos pela Vacina, criado por Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, que quer facilitar a distribuição do imunizante contra a Covid-19 para todos os brasileiros até setembro. 

Os anúncios foram feitos em coletiva virtual de imprensa, que marcou a saída de Carlos Magnarelli, que conduziu o grupo desde janeiro de 2015, tornando-o um dos mais inovadores no mercado segurador. “Estou há 20 anos no Brasil e na Liberty, onde entrei como diretor financeiro. Pessoalmente, tem sido muito difícil deixar o Brasil e seguir para a nova missão de ser o presidente para o mercado Andes, que abrange Colômbia, Chile e Equador. Claro que é um desafio brilhante profissionalmente e a experiencia que acumulei no Brasil será extremamente útil. Tinha como desafio o crescimento da Liberty de forma rentável e isso não teria acontecido sem o engajamento dos brasileiros que abraçaram nossa estratégia e fizeram acontecer. E a Patrícia foi uma dessas pessoas. Nos últimos 5 anos ela esteve ao meu lado e conhece muito bem a seguradora e sabe muito bem para onde ir para entregar aos clientes, corretores e funcionários uma empresa diferenciada”, disse Magnarelli com grande emoção.

Os resultados obtidos pelo grupo nos últimos cinco anos foram destacados. E mereciam ser. O desempenho da companhia é sólido e consistente por uma razão clara: a aposta em pessoas. Todas as estratégias apresentadas neste período sempre tiveram como base o bem estar dos funcionários. Engajados com a estratégia, corretores recebem produtos e serviços diferenciados para oferecer aos clientes, que compram por considerar a oferta adequada ao bolso e ao que procuram. A lógica é simples, mas implementá-la num país que enfrenta um quadro recessivo desde 2014 requer clareza, coragem e muitos recursos investidos em pesquisas e em tecnologia.

O faturamento da Liberty saltou de R$ 2,7 bilhões em 2016 para R$ 4,3 bilhões em 2020. O lucro líquido acompanhou. Saiu de R$ 95 milhões para R$ 249 milhões. Conseguiu diversificar a atuação. Seguiu sendo especialista em seguro de carro, sendo hoje a quarta maior do pais, mas cresce 17,4% em outros segmentos como vida e seguros empresariais para pequenas e médias empresas. Inovou ao lançar o seguro com uso de telemetria em automóvel. Criou o Conselho dos Corretores para dar voz ao seu principal parceiro de negócio e aprimorar serviços e produtos. Aproveitou as oportunidades de ampliar os canais de vendas e fechou uma parceria com o banco Inter, que informou ter 367 mil clientes de seguros no balanço do primeiro trimestre de 2021, com crescimento anual de 350%.

A prova do contentamento dos acionistas americanos vem em diversas mensagens. “Geramos R$ 800 milhões de capital, dos quais R$ 600 milhões estão no Brasil para novos investimentos. Financeiramente temos oportunidade para crescer, pois o acionista aposta no longo prazo. Há um potencial imenso para crescer aqui”, afirma Magnarelli. Outra sinalização veio em 2019, quando o Brasil foi escolhido para sediar o terceiro laboratório de inovação do grupo, focado em soluções de seguros de auto, residência e seguros para pequenas empresas. O Solaris começou na sede em Boston (EUA), em 2015, matriz do grupo. Dois anos depois seguiu para a Ásia (Cingapura). Somos a segunda maior operação da Liberty Mutual fora dos EUA e temos muito ainda para crescer diante da baixa penetração de seguros no país. Por isso, a estratégia tem sido reter o lucro aqui para investir cada vez mais para levarmos soluções que desenvolvam os corretores de seguros, nossos principais parceiros, e que protejam a sociedade de riscos imprevistos”, comenta Magnarelli.

Patricia, que já vinha tocando estratégia e inovação, segue em ritmo acelerado. Já é possível pagar o seguro pelo PIX e somente o que usar no seguro de auto. Ela anunciou o lançamento do Auto Controle, seguro que cobra de acordo com a quilometragem rodada ou pelo estilo de direção do motorista. A novidade aqui já é usual nos Estados Unidos, conhecida por “Pay as you drive” e “Pay as you use”. Em ambas, o cliente paga uma taxa mensalmente e centavos pelo quilometro rodado, podendo ser até 50% mais econômico que o seguro comum para pessoas que circulam até 500 quilômetros no mês.

Uma das preocupações dos corretores de seguros está em perder a renda com comissões, calculadas sobre o valor pago pelo cliente. Patricia afirma que este é um seguro que precisa estar na prateleira, pois ele atrai clientes que nunca compraram seguro. “Cerca 67% da receita do Aliro, seguro de carro mais enxuto que lançamos e faz muito sucesso, vem de pessoas que nunca tinha comprado um seguro. Acreditamos que assim também será com o Auto Controle. Trará para seguros pessoas que estão fora do perfil do seguro tradicional”.

Outra novidade destacada por Patricia foi o “Meu Momento de Vida”, lançado em outubro, em meio ao aumento da procura de seguros de vida por conta da pandemia. A plataforma é 100% digital e foi criada dentro do Conselho de Corretores. “O resultado tem sido surpreendente, pois é um sistema amigável, que tem como objetivo facilitar o processo de venda do seguro de vida, de forma didática, ágil e personalizada. Trouxemos práticas de personalização já utilizadas em Cingapura com o objetivo de reinventar o mercado nacional. Nos dois primeiros meses a plataforma recebeu 300 mil acessos, um número bastante relevante para nós. Além disso, o segmento de seguros de vida cresceu 30% em 2020 na Liberty”, afirmou.

Apesar de toda a caótica situação em que o Brasil se encontra, liderando o número diário de mortes por Covid-19 e despencando entre as maiores economias do mundo — em 2006 estava entre as 10 e em 2021 deve ficar na 13a posição –, a aposta de um dos maiores grupos seguradores dos EUA segue firme. “Queremos ser parte da solução. Nosso projeto social é relevante e estamos sempre atentos para poder contribuir mais para fomentar um futuro de valor para a sociedade, reforçar as causas que a seguradora já trabalha:  empoderar e capacitar cada vez mais pessoas. Acabamos de anunciar 11 projetos sociais que receberam apoio e patrocínio da companhia e serão ativados ao longo de 2021 e fazem parte do plano de sustentabilidade “Liberty Mais Sustentável 2023”.

Certamente todos sentirão não ter Magnarelli no dia a dia do mercado brasileiro. Também é certo que todos estão contentes com Patricia no comando da Liberty, a única mulher no comando do seleto grupo de 15 maiores seguradoras do país. Segundo Patricia, a meta é a equidade. Ela citou a Pesquisa da Escola Nacional de Seguros, que mostra que 54,8% do quadro total de funcionários das 23 maiores seguradoras do mercado são mulheres, sendo apenas 25% em cargos de liderança. “A Liberty está acima do mercado: 58% do quadro de funcionários é formado por mulheres e elas são 38% das líderes. Estamos no rumo da nossa meta, que é a equidade”, finaliza.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

2 COMENTÁRIOS

  1. Boa noite,as doações da Liberty é um total que vai chegar a 1 milhão de reais,no texto está citado duas doações de 500 milhões.

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