A indústria global de seguros crescerá em US$ 1,4 trilhão entre 2020 e 2025, apesar das atuais condições de recessão e dos modelos que apontam risco ascendente. Vale lembrar que mundialmente o setor movimenta vendas acima de U$ 5 trilhões. Para captar uma parte deste crescimento e defender o seu lugar na cadeia de valor dos seguros, players da indústria seguradora devem inovar, adverte o Insurance Revenue Landscape 2025: Innovate for Resilience, relatório de pesquisa divulgada pela Accenture, consultora global de tecnologia e estratégia.
Segundo o estudo, prêmios globais significativos provavelmente serão renovados com novos produtos inovadores e uma mudança na distribuição para canais digitais ou plataformas de terceiros. “As seguradoras não podem contar com taxas de retenção históricas para manter os pools de receita tradicionais. A inovação tanto no produto quanto na distribuição é uma necessidade se uma seguradora deseja defender a receita existente”, afirmam os autores.
Historicamente, as taxas de retenção de clientes oscilam em torno de 85% para a maioria das seguradoras. Com a mudança para canais digitais e plataformas de terceiros, as seguradoras que se recusam a inovar podem ver quedas de receita de quase 5%, estima o estudo.
Uma análise mais aprofundada das mudanças no risco revela novas oportunidades de receita impulsionadas pela inovação, além do crescimento dos produtos de seguro tradicionais. Em jogo estão US$ 200 bilhões em receitas de produtos e serviços habilitados para tecnologia, serviços de valor agregado e monetização de dados e tecnologia.
“As seguradoras precisarão inovar para obter vantagem competitiva neste novo cenário de receita, ao mesmo tempo em que constroem resiliência em seus negócios e portfólios de produtos”, acrescentam os autores.
A indústria se aglutinará em torno de 4 áreas de inovação, afirma a Accenture: Produtos e serviços de saúde/ bem-estar e vida, com U$ 120 bilhões em receitas de produtos e serviços de saúde inteligentes, especialmente para populações em envelhecimento, e produtos de gestão direta de vida e patrimônio. Em segundo lugar, o estudo cita produtos direcionados a riscos com economia, mudança climática e ameaças cibernéticas, com US$ 115 bilhões em receita de produtos e serviços para lidar com novas exposições, como mudanças climáticas, uso de ativos de economia compartilhada e ameaças cibernéticas maiores.
Integração de tecnologia com produtos P&C tradicionais devem movimentar outros US$ 120 bilhões em produtos e serviços que possibilitam automóveis inteligentes, casas inteligentes e manufatura inteligente. E por fim, o estudo cita a tendencia de distribuidores alternativos, com US$ 125 bilhões de trocas de prêmios para novos distribuidores, como grandes tecnologias, fabricantes e insurtechs, e vendas diretas de pequenos seguros comerciais.
Inovar para obter vantagem competitiva com insights baseados em dados pode capacitar a seguradora com uma estratégia de negócios resiliente não é mais uma tendencia e sim uma questão de sobrevivencia, alerta o estudo. “Cada seguradora terá necessidades e clientes exclusivos que exigem uma abordagem exclusiva para construir resiliência de longo prazo. Estamos há um ano na pandemia COVID-19. A experiência prova que os cenários de crise podem atacar rapidamente as empresas que não inovarem”, sentenciam os autores.