Seguro de vida registra crescimento real de 4,4% em janeiro, com receitas de R$ 1,6 bi

Há uma estimativa extra oficial que as seguradoras pagaram entre abril de 2020 e janeiro de 2021 algo em torno de 26,6 mil indenizações por mortes com casos confirmados de covid-19, com valores estimados em R$ 1,12 bilhão

O seguro de vida, que segue como destaque dentre os seguros de pessoas, com R$ 1,63 bilhão em receitas, registrou crescimento de 9,2% em relação a janeiro de 2020. Trata-se de crescimento real de 4,4%, considerando-se o IPCA do período. O seguro prestamista também se destacou, com alta de 7,8% em relação a janeiro de 2020, um aumento real de 3,1%, segundo dados antecipados ao blog Sonho Seguro pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). Os dados da resenha mensal de janeiro estao previstos para serem divulgado nesta sexta-feira.

Executivos do setor têm afirmado que a procura por seguro de vida aumentou neste cenário de pandemia, que já ceifou mais de 270 mil vidas no país. Ontem, o Brasil superou pela primeira vez o número de 2 mil mortes em um único dia de vítimas da Covid-19. O número de casos notificados chegou a 11,2 milhões. O Brasil é o segundo país mais afetado pela pandemia, atrás apenas dos Estados Unidos. 

A maioria das seguradoras concordou em pagar as indenizações do seguro de vida por morte de Covid-19, mesmo em contratos onde há clausula de exclusão de pandemia. No entanto, ainda não há uma decisão comum sobre como será o procedimento daqui para frente. “Se optou por pagar no inicio, mesmo com exclusões, pois todos imaginavam que a pandemia terminaria em 2020. Agora, com a falta de previsibilidade sobre onde isso vai parar, o tema tem sido discutido no setor”, contou um executivo que pediu anonimato. Há uma estimativa extra oficial que as seguradoras pagaram entre abril de 2020 e janeiro de 2021 algo em torno de 26,6 mil indenizações por mortes com casos confirmados de covid-19, com valores estimados em R$ 1,12 bilhão.

A Sompo Seguros informou que desde 1 de março de 2021 suspendeu a carência para coberturas de sinistros relacionados ao novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da COVID-19. Essa medida vem complementar a decisão da companhia que, em abril de 2020 determinou a plena cobertura no caso de Morte, Assistência Funeral e Diárias de Internação Hospitalar relacionados a casos de COVID-19 para apólices vigentes de vida.

A pandemia COVID-19 pressiona as seguradoras a novas tendências, além das que estavam na agenda como mudanças regulatórias, avanços tecnológico, novos hábitos de consumo, alterações do clima, riscos emergentes, como o cibernético, programas de diversidade e sustentabilidade, só para citar os principais engajamentos que ocupam o Board das companhias. Certamente, 2021 será mais um ano de muito aprendizado e trabalho para o mercado segurador mundial. No Brasil, o setor investe para entender com mais precisão os riscos, revisa produtos, muda a forma como é feita subscrição de riscos, amplia os meios de distribuição de distribuição dos produtos e também os busca inovar no portfólios de investimentos diante da taxa de juros negativa praticada atualmente no Brasil.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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