Alta das projeções da Selic e da inflação requer atenção dobrada, segundo CNseg

Mercado eleva projeções para a taxa básica de juros neste ano e no próximo depois de o BC sinalizar novo aperto monetário em maio

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central mostrou que os especialistas consultados veem agora a Selic a 5% ao final de 2021 e a 6% em 2022 na mediana das projeções, de 4,50% e 5,50% respectivamente, no levantamento anterior. Segundo Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras, a piora da pandemia trouxe pressão extra por mais gastos, inclusive para a Saúde, e riscos de perda de arrecadação com o recuo da atividade, diante das medidas de restrição. “O movimento ousado da autoridade monetária dividiu os analistas, que aumentaram a mediana de suas projeções para a Selic. Era unanimidade que os juros deveriam subir diante da persistência dos choques inflacionários recentes e da gradativa deterioração das expectativas de inflação. No entanto, havia divergências quanto à intensidade do movimento”, comenta. 

Outro ponto de atenção está no câmbio. Segundo Simões, o Banco Central pode estar também reagindo à forte desvalorização do Real. “Juros maiores não necessariamente vão provocar uma valorização do câmbio, que está pressionado por diversas razões, mas o descasamento entre a as expectativas para a economia brasileira e no restante do mundo, cada vez melhores, especialmente com os estímulos fiscal e monetário na economia americana, preocupa justamente por isso: impulsiona os preços das commodities, mas mantém a tendência de um Real desvalorizado, que está na raiz da atual alta da inflação”, afirma. 

As seguradoras, de certa forma, podem ser beneficiadas pelo movimento de alta da Selic e a sinalização de que o Banco Central atua com a independência que lhe foi conferida, com atesta a alta nas ações na bolsa na semana passada, mas, como lembra Simões, “É importante ter em mente que a ação do Banco Central é uma resposta a um cenário macroeconômico menos favorável, de maior incerteza política e fiscal”.

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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