Munich Re encerra 2020 com lucro no mundo e no Brasil

Vendas no Brasil avançam 18%, puxadas por auto e rural

O grupo de resseguros alemão Munich Re espera que o lucro líquido se recupere este ano, depois de cair mais da metade em 2020, à medida que a crise do coronavírus ajudou a levar os sinistros a um pico de quase uma década.

“Apesar dos enormes desafios colocados pelo COVID-19, a Munich Re fechou 2020 com lucro”, disse o presidente-executivo Joachim Wenning. O lucro líquido de 1,211 bilhão de euros se compara com 2,707 bilhões de euros um ano antes.

As principais perdas em 2020 com vírus e catástrofes naturais totalizaram 4,689 bilhões de euros (US$ 5,71 bilhões), o maior nível desde 2011, quando a empresa teve que fazer pagamentos por um tsunami no Japão, grandes terremotos na Nova Zelândia e a explosão do Deepwater Horizon plataforma de petróleo. As reivindicações relacionadas à pandemia sozinhas totalizaram mais de 3,4 bilhões de euros.

A Munich Re disse que espera que o lucro se recupere para 2,8 bilhões de euros em 2021 e que não oferecerá mais seguro contra eventos cancelados devido a pandemias. O setor de seguros tem enfrentado grandes reivindicações da pandemia, como eventos cancelados e eventos adiados, incluindo as Olimpíadas, bem como perdas com furacões e incêndios florestais nos Estados Unidos.

Brasil – Apesar dos inúmeros desafios de 2020, a Munich Re continuou com foco no crescimento sustentável, atingindo também maior diversificação de carteira. O prêmio ganho cresceu 18% em relação ao exercício anterior, totalizando R$ 918,376 milhões (R$ 777,308 milhões em 2019), com destaque para os ramos auto e rural, que cresceram 65% e 72%, respectivamente. O lucro líquido recuou para R$ 21 milhões, comparado aos R$ 37 milhões de 2019.

A sinistralidade mostrou-se estável em 2020. O índice do exercício foi de 81% (79% em 2019), aplicando os mesmos critérios prudentes na constituição das provisões técnicas adotados pelo grupo Munich Re ao redor do mundo. A sinistralidade observada nos contratos aceitos é refletida no resultado de retrocessão cedida, com a qual nos protegemos de grandes perdas.

Em 2020, não houve impactos materiais causados pela pandemia de COVID-19. As despesas administrativas foram de R$ 46 milhões (R$ 42 milhões em 2019), alinhadas com o planejamento interno da resseguradora e com o crescimento dos prêmios ganhos.

As posições de patrimônio líquido permanecem sólidas, com métricas de solvência bastante confortáveis, o que contribui para a solidez da companhia localmente para enfrentar crises como a vivenciada recentemente devido à pandemia de COVID-19 com segurança, confiança e estabilidade. O grupo ressalta no balanço que as posições de capital e retrocessão são lastreados inteiramente na força financeira do grupo Munich Re, um dos grupos resseguradores mais sólidos do planeta.

“Graças à estratégia de proteção cambial, o grupo informa que não teve impactos negativos decorrentes da desvalorização da moeda, uma vez que esse tipo de investimento é feito inteiramente para compensar movimentos de câmbio ocorridos em nossas obrigações assumidas em moeda estrangeira”, informou Rodrigo Belloube, presidente da Munich Re Brasil.

A redução da taxa SELIC para 2% em 2020 refletiu também em redução da curva dos investimentos prefixados, em que a Munich Re investe a maior parte dos seus ativos. Esta redução na curva aumentou o valor de mercado das aplicações prefixadas, trazendo um desafio para a melhor alocação destes recursos quando do momento de reinvestimento, devido ao cenário de juros baixos. As aplicações financeiras atingiram o saldo de R$ 1,251 bilhão em 2020 (R$ 1,196 bilhão em 2019).

A Munich Re acredita que o momento atual servirá como catalisador de uma profunda transformação cultural que impulsionará a penetração dos seguros no Brasil. Nesse sentido, a crise vem acompanhada também de grandes oportunidades para o mercado.

A Munich Re enxerga no mercado local um grande potencial, uma vez que enquanto no Brasil a penetração do seguro veicular é de 25%, nos Estados Unidos é de 96%. No seguro residencial, os percentuais são de 14% e de 96% respectivamente. O seguro rural, tão fundamental para o desenvolvimento sustentável do nosso agronegócio, apresenta uma fotografia similar. Outras modalidades emergentes de seguro como, por exemplo, o seguro contra riscos cibernéticos, possui penetração ainda mais inexpressiva.

A Munich Re está atenta a este momento único e assume a corresponsabilidade de impulsionar essa transformação, ajudando na criação do futuro do mercado segurador brasileiro junto aos seus parceiros de negócio. Equipes no Brasil são dedicadas integralmente à criação e desenvolvimento de soluções digitais inovadoras, com parceiros tecnológicos nas mais variadas indústrias. Nossa missão é ajudar na construção das soluções de gestão de risco do presente e do futuro, tornando nossa sociedade mais protegida e mais resiliente para que possa empreender e progredir.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS