Mercado segurador avança 0,6% em 2020, para R$ 274,1 bilhões

Consideradas as projeções para o PIB de 2020, estima-se que a penetração (receitas/PIB) do setor aumente de 3,5%, em 2019, para 3,7%, em 2020. Seguros de bens e responsabilidades cresceu 3,6% em 2020, comparado a 2019.

Dados preliminares da Superintendência de Seguros Privados (Susep) informam que as receitas dos segmentos supervisionados totalizaram R$ 30,84 bilhões em dezembro de 2020. No acumulado de 2020, o patamar de receitas de R$ 274,11 bilhões fechou 0,6% acima de 2019.

Os números podem sofrer ajustes, uma vez que as seguradoras estão auditando seus balanços e têm até o dia 1 de março para enviar dados consolidados para a Susep. Apesar disso, a Susep antecipou na sexta-feira passada os dados para a imprensa em formato de notas, mesmo sem antes ter divulgado os dados completos no portal de estatísticas, que permite uma avaliação mais adequada do comportamento do setor. Até a manhã desta segunda-feira os dados não estavam disponíveis no portal da autarquia.

Com uma alta de 15,1% em relação a dezembro de 2019, o setor reverteu a queda de 1% observada no acumulado até novembro, no comparativo com 2019. Consideradas as projeções para o PIB de 2020, estima-se que a penetração (receitas/PIB) do setor aumente de 3,5%, em 2019, para 3,7%, em 2020.

Entre os diversos segmentos, Danos, ou “Property & Casualty (P&C), como usa o setor mundialmente, confirmou-se como destaque do ano, com crescimento nominal de 3,6% em 2020, para R$ 78,9 bilhões, segundo pesquisa que a Susep. Um dos destaques do segmento foi o seguro rural, que fechou o ano com alta de quase 30% na receita, chegando a R$ 6,9 bilhões.

Já o ramo de auto, que é um dos principais dos seguros em geral, foi um dos mais impactados pela mudança dos padrões de mobilidade e consumo na pandemia. Mesmo tendo uma reação em dezembro (com receita de R$ 3,5 bilhões, alta de 6,7% ante o mesmo mês de 2019), o volume total de prêmios caiu mais de 2%, para R$ 35,3 bilhões no ano.

A sinistralidade do seguro de automóvel no ano todo de 2020 ficou em torno de 54%, abaixo dos quase 61% registrados em 2019. Esse número subiu para 58% em dezembro, o que pode indicar retomada na mobilidade na virada para 2021.

O segmento de Seguros de pessoas totalizou R$ 157,8 bilhões em 2020, com ligeira alta de 0,02%. O VGBL registrou contribuições de R$ 114 bilhões, 1,8% abaixo de 2019. No PGBL, a receita líquida em 2020, foi de R$ 2,38 bilhões, abaixo dos R$ 2,66 bilhões arrecadados em 2019. Na Previdência Tradicional, com planos que não são mais comercializados, mas tem um peso considerável nas reservas das seguradoras que o venderam, houve queda de 10,1% na arrecadação em 2020.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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