Resultado geral do mercado segurador recuou 23% no ano passado, para R$ 14,4 bilhões, segundo a consultoria Siscorp
Apesar de aumentar de 4 para 6 o número de seguradoras no clube do bilhão em lucro líquido, o ganho das seguradoras fiscalizadas pela Superintendências de Seguros Privados (Susep) apresentou redução de 23% em 2020. Enquanto em 2019 as companhias reportaram lucro de R$ 17,8 bilhões, no ano passado, o ganho recuou para R$ 14,4 bilhões, segundo dados organizados pela Siscorp Consultoria, com base nas estatísticas enviadas pelas seguradoras à Susep.
Boa parte da justificativa revela pelos executivos durante a divulgação dos balanços de 2020 neste ano foi a redução veio do ganho financeiro menor, por conta da redução da Selic, e também pela queda nas vendas e alta no pagamento de indenizações de segmentos específicos.
O grupo Bradesco Seguros apresentou lucro de R$ 3,5 bilhões em 2020, abaixo dos R$ 5,6 bilhões de 2019. O presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou em coletiva que o resultado operacional do quarto trimestre foi impactado, principalmente, pelo comportamento dos índices econômico-financeiros, que afetaram a atualização das provisões técnicas, além da redução do faturamento e do aumento do índice de sinistralidade, que foi impulsionado pela retomada gradual dos procedimentos eletivos e eventos indenizáveis, em virtude do período de isolamento social. Como ponto positivo, destaque para a melhora do resultado financeiro, com crescimento de 43% no trimestre. Leia mais
O Banco do Brasil registrou queda menor, de R$ 2,8 bilhões para R$ 2,3 bilhões, segundo dados da Susep. O grupo atribuiu a redução no resultado a eventos extraordinários particularmente em 2019, como a oferta pública de ações do IRB Brasil, além da reversão de provisão de prêmios não ganhos na área de seguro prestamista. Segundo o grupo, a redução de R$ 429,1 milhões do lucro líquido do ano, em bases recorrentes, vem quase toda da redução de R$ 358,4 milhões no resultado da Brasilprev, em função do resultado financeiro negativo no ano, motivado pelo diferencial nos índices de inflação que atualizaram os ativos (IPCA e IGP-M acumulado) e passivos (IGP-M com defasagem média de um mês) dos planos de benefício definido. Também citou a redução de R$ 118,8 milhões no resultado de equivalência patrimonial do IRB com a venda de ações em julho de 2019 e a redução de R$ 73,6 milhões no resultado financeiro líquido da holding, impactado pela diminuição no saldo de aplicações financeiras, além da redução da taxa Selic. Leia mais
A Caixa Seguros registrou alta, de R$ 2,1 bilhoes para R$ 2,3 bilhões, com balanço ainda a ser publicado.
A Porto Seguro, que passou da sexta posição para a quarta em 2020 também comemora o aumento de 982 milhões em 2019 para o grupo do bilhão em 2020: 1,3 bilhão. “Apesar de todo o sofrimento de 2020, tivemos na Porto Seguro um ano com recordes de resultados, como ganho financeiro, lucro e redução de despesas administrativas e operacionais. O que nos preocupava era o crescimento das vendas, mas no quarto trimestre conseguimos recuperar”, conta Celso Damadi, vice-presidente Financeiro, de Controladoria, Investimentos e Relações com Investidores do grupo financeiro. Leia mais
A Zurich R$ 1,3 bilhão para R$ 1,2 bilhão, respectivamente. A queda, possivelmente, deve ser justificada pelo fraco desempenho das redes varejistas com as quais tem parceria. O grupo deve divulgar o resultado do balanço até o final do mês de fevereiro.
O Itaú passou da sétima colocação para a sexta, com alta no lucro, passando de R$ 916 milhões para R$ 1 bilhão, no quadro divulgado pela consultoria Siscorp. As receitas obtidas com a venda de seguros e contribuições de previdência e capitalização do braço segurador do Itaú recuaram 5%, de 7,8 bilhões para R$ 7,4 bilhões. O último trimestre do ano, que costuma ser o melhor em termos de vendas para o setor, registrou queda de 14,7% no Itaú, passando dos R$ 2 bilhões registrado no quarto trimestre de 2019 para R$ 1,7 bilhão no mesmo período de 2020. Leia mais
A Tokio Marine, sétima colocada em 2020 no ranking de lucro liquido da Siscorp, elevou o lucro de R$ 412 milhões para R$ 575 milhões. Allianz passou de R$ 349 milhões para R$ 317 milhoes, tendo como foco no ano a integração com a compra da carteira de ramos elementares da SulAmérica, concluída em agosto, por cerca de R$ 3 bilhões. A Icatu, nova colocada no ranking viu seu lucro de R$ 319 milhões cair para R$ 292 milhões, segundo dados da Susep. E a Mapfre, décima colocada, o lucro de R$ 122 milhões em 2019 saltou para R$ 265 milhões, de acordo com dados analisados da Susep pela Siscorp.
