Bradesco: participação do braço segurador no ganho do banco cai para 26,3%

Em 2019, o grupo segurador participou com 28,8%

O Bradesco, segundo maior banco privado do país anunciou nesta quarta-lucro líquido recorrente de R$ 19,5 bilhões em 2020, alta de 24,8% ante 2019, excluindo efeitos extraordinários. O braço segurador apresentou resultado de R$ 12,1 bilhões em 2020, abaixo dos R$ 14,7 bilhões (queda de 18,1%), o que mostra uma participação de 26,3% do resultado do banco, abaixo dos 28,8% no ano anterior.

O presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari, afirmou que o desempenho mostrou a capacidade do banco de enfrentar cenários adversos. “Crescemos no crédito, reduzimos a inadimplência e adotamos como mantra a austeridade total na estrutura de custos da organização, inclusive com a consolidação das agências sobrepostas”, afirmou Lazari.

Em relação às atividades de Seguros, o resultado operacional do trimestre foi impactado, principalmente, pelo comportamento dos índices econômico-financeiros, que afetaram a atualização das provisões técnicas, além da redução do faturamento e do aumento do índice de sinistralidade, que foi impulsionado pela retomada gradual dos procedimentos eletivos e eventos indenizáveis, em virtude do período de isolamento social. Como ponto positivo, destaque para a melhora do resultado financeiro, com crescimento de 43% no trimestre.

No comunicado, o banco destaca que o quatro trimestre de 2020 foi marcado pela chegada da segunda onda da pandemia da Covid-19, que adicionou incertezas ao cenário econômico. A pandemia impactou negativamente o desempenho do grupo segurador, acarretando quedas de 13,7% (4tri) e 9,8% (2020) no faturamento, e de 33,5% e 31,3% no lucro líquido, respectivamente. Para 2021, a previsão é de crescimento entre 2% e 6%.

Apesar da conjuntura adversa, as provisões técnicas cresceram 3,6% no quarto trimestres de 2020 comparado ao mesmo período do ano anterior, para R$ 285 bilhões, e os ativos financeiros evoluíram 4,2%, chegando a R$ 320 bilhões.

O grupo destacou a redução de 5,7% e de 3,8% em despesas administrativas ao compararmos no acumulado do ano, favorecendo o Índice de Eficiência Administrativa do grupo, que ficou estável no patamar de 3,8%. 

O valor pago em indenizações e benefícios atingiu R$ 33 bilhões, correspondente a uma média diária de cerca de R$ 130 milhões, mantendo-se estável com relação ao montante registrado em 2019. Com a evolução dos eventos avisados ao longo do período, parte da estimativa registrada inicialmente em relação ao cenário diferenciado ocasionado pela Covid-19 foi utilizada para atualização das premissas das provisões de longo prazo do ramo saúde. Tal fato não produziu nenhum impacto direto no resultado do trimestre.

A Administração continua avaliando a dinâmica dos eventos relacionados a pandemia, considerando o recente aumento dos casos e incertezas sobre seus efeitos e duração. Nesse cenário, o grupo segurador concentrou sua estratégia de atuação na cobertura de novos riscos, flexibilização de prazos, agilidade na contratação, corretagem mais dinâmica e consultiva e, principalmente, no investimento em tecnologia e inovação. 

A companhia expandiu e aperfeiçoou seus canais digitais de comercialização, cujas vendas cresceram 52% em 2020, na comparação com o ano anterior, atingindo a marca de R$ 1 bilhão, com aumento de 15% na quantidade de itens distribuídos. 

Atualmente, 11 produtos são comercializados 100% online pelo aplicativo Bradesco Seguros, que já registra 6,3 milhões de downloads. Além disso, 90% dos reembolsos de Saúde e 81% dos sinistros de seguro Auto foram concluídos por processo digital (58% e 43%, respectivamente, pelo sistema de autoatendimento) e mais de 200 mil propostas de planos de Previdência Privada foram validadas pelo aplicativo do Bradesco. 

Para agilizar o suporte a seus beneficiários, a Bradesco Saúde desenvolveu soluções como o Portal Coronavírus, repositório completo de informações durante a pandemia, e o “Saúde Digital”, sistema de telemedicina disponível 24h, que superou a marca de 70 mil atendimentos em 2020. 

No segmento de Previdência, a Bradesco Vida e Previdência desenvolveu novas opções de produtos na grade de planos individuais e empresariais, buscando atender a demanda dos clientes por maior diversidade de fundos previdenciários e ajustar o portfólio à realidade do mercado. Em outra frente, ampliou os canais digitais e aplicativos disponíveis aos gerentes para vendas online, incluindo ferramenta para mobile e assinatura eletrônica por biometria.

Em Seguro de Vida, a empresa implantou o aviso de sinistro, o aceite de propostas para correntistas Bradesco e a gama completa de informações sobre produtos do segmento em meio digital. 

Já em Seguro Auto e Ramos Elementares, a Bradesco Auto/RE adotou o parcelamento do pagamento do prêmio em apólices individuais com vencimento, tanto para renovação quanto para novos contratos, assim como a autovistoria na aquisição de todos os produtos.

A empresa, também, aprimorou as coberturas para atividades comerciais na residência e seguro empresarial, tendo em vista a proteção do trabalho à distância, e reforçou o conceito multicanal, agregando novas funcionalidades aos aplicativos Assistência Dia & Noite e Bradesco Corretor. 

No que diz respeito aos corretores, o grupo, embora operando em regime de home office desde o início da pandemia, estreitou contato com esses profissionais, oferecendo todo o suporte necessário por meio de canais como o Portal de Negócios e o Aplicativo BS Corretor.

O grupo contou com o apoio da UniBrad – Universidade Bradesco e da UniverSeg – Universo do Seguro, intensificando treinamentos e promovendo lives com temas como capacitação em ambiente virtual e novos caminhos para a oferta de seguros.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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