“É preciso considerar o carregamento estatístico e o risco fiscal, questão que ainda domina a economia”, avalia Pedro Simões
A mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2021 voltou a subir, de 3,45% para 3,49%, segundo mostra o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, nesta segunda-feira, 25. Para 2022, o ponto-médio das expectativas permaneceu em 2,50%.
“Além das claras dificuldades de implementar uma vacinação em massa simultaneamente em todo mundo, é emblemático que a contagem de casos e mortes esteja, pouco a pouco, sendo substituída pela contagem de número de pessoas vacinadas, o que traz mais otimismo”, comenta Pedro Simões, economista do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras. Em Israel, por exemplo, que adotou a vacina da Pfizer e já imunizou 25% de sua população, a internação de pessoas com mais 60 anos por Covid-19 caiu mais de 60% desde o início da vacinação.
O economista reforça, porém, que mesmo assim o crescimento estimado da economia local ainda é modesto. “Grande parte desse crescimento poderá ser atribuído ao carregamento estatístico e, portanto, não representa um desempenho excepcional frente à forte queda da atividade do ano passado que, segundo o boletim desta semana, deve ter sido de 4,32%”.
Simões lembra que, além disso, temos o fantasma do risco fiscal, que ronda a economia brasileira. “As simples declarações de candidatos à Presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal sobre suas preferências pela aprovação de novos programas de transferência de renda ou pela extensão da ajuda emergencial foram suficientes para atiçar o nervosismo dos mercados, fazendo a Bolsa cair e o dólar subir”.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal
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