A série “O que esperar de 2021”, visa trazer um pouco de luz sobre as incertezas do próximo ano. Nesta edição, Erika Medici, CEO da AXA Brasil, fala um pouco sobre suas expectativas. Leia abaixo:
Como descreve o ano de 2020?
Com certeza está sendo um ano desafiador. É até difícil comparar com qualquer outro ano…Todos tivemos de nos reinventar, mudar ou adaptar planos e, nesse sentido, novas oportunidades surgiram. Aceleramos alguns processos de digitalização e estamos colhendo os frutos. Posso dizer, com orgulho, que estamos entregando o resultado, e nos beneficiando de ter linhas de negócios complementares. A venda de seguro no varejo foi mais impactada do que a distribuição de P&C junto aos corretores, mas isso nos trouxe aprendizados, uma visão mais ampla e sofisticada da operação de Parcerias, com uma estratégia de explorar novos ecossistemas, modelos mais digitais. Nessa linha, lançamos, em outubro, o microsseguro Cuidar Mais, que democratiza a cobertura de Doenças Graves e Invalidez, com um pacote de serviços de saúde, como consultas de telemedicina disponíveis 24 horas por dia. Fizemos isso junto ao varejo, mas nossa intenção é ampliar o alcance da solução.
Qual o impacto da pandemia na empresa? Quais as áreas mais afetadas?
Mesmo com a retração em alguns mercados, estamos cumprindo nossas metas e temos rentabilidade. A área de Parcerias foi mais impactada, em especial pelo varejo, em que o ponto de venda físico desempenha um papel importante na oferta e na conversão da venda de produtos financeiros e seguros. O lado positivo dessa mesma moeda é que passamos a operar num modelo de venda digital no varejo, com uma implantação em tempo recorde, e buscamos novos ecossistemas – como fintechs e empresas de tecnologia, olhando novas possibilidades de negócio em setores mais resilientes.
O que mudou na forma de se relacionar com o consumidor? De um exemplo prático.
A jornada do cliente passou a ser totalmente digital, e o principal desafio foi sermos capazes de fazer parte dessa jornada. Citando dois exemplos práticos: Com a Paketá, que oferece consignado a empresas parceiras, modelamos uma jornada conjunta para inserir o seguro prestamista no processo decisório do empréstimo. Com a Pernambucanas, inserimos o seguro no e-commerce e estamos aptos a distribuir por whatsapp e lançamos o Cuidar Mais. Essa solução não resolve todas as demandas de saúde das famílias, mas endereça uma parte importante das necessidades básicas de atendimento, com qualidade, rapidez e segurança, a baixo custo e amplitude de acesso, o que é fundamental, tendo em vista a dimensão do Brasil. Temos uma oportunidade enorme de inclusão social com esse produto, o que é ainda mais relevante num cenário de pandemia.
Quais as tendências da empresa e do setor para 2021 ?
Vamos seguir nossa trajetória de aceleração do crescimento, ampliando nossa participação no médio mercado (P&C e Transportes) e nos aproximando mais dos negócios de pequeno porte – seguros empresariais, comércios e serviços, Condomínio e Transportes. No segmento de Parcerias, vamos expandir as operações para novos ecossistemas, algo que se mostrou muito relevante em 2020. Continuamos aprofundando os benefícios da aceleração de vários serviços digitais implantados em 2020, como a vistoria remota (através de app) ou por drone para produtos empresariais, condomínio e transportes. Também vamos ganhar tração em novos produtos que estão sendo lançados este ano, com características e benefícios muito aderentes ao momento, incluindo serviços de telemedicina, por exemplo.
E para o setor?
O setor como um todo passou pelo tão falado empurrão tecnológico causado pela pandemia. E acredito que a tendência deva ser expandir isso, fortalecer, utilizar mais dados e processos digitais para ofertas mais aderentes ao canal e ao perfil do consumidor. Temos adiante uma grande oportunidade no mercado segurador, em um momento que a percepção sobre os riscos aumentou.
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